Resumo

O descontentamento com a eficácia e o custo da medicina moderna, somados à boa aceitação de compostos de origem natural tem tornado cada vez mais pessoas adeptas da terapia com medicamentos em estado natural. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antibacteriana de tintura (GT), infusão (GI) e extrato fluido (GEF) de Annona muricata L. e tintura (RT) e infusão (RI) de Punica granatum, bem como o efeito sinérgico de diferentes combinações dessas duas espécies. A avaliação da atividade antibacteriana foi realizada pelo método de difusão em ágar por disco de papel contra amostras padrão de bactérias Gram- positivas (Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis) e Gram- negativas (Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa). Alíquotas de amostras bacterianas, com cultivo de 24 h padronizadas (10⁸ UFC/mL) foram semeadas no meio de cultura ágar Muller Hinton. Após secagem, foram distribuídos discos de papel com 8 mm de diâmetro embebidos com 50 µL dos extratos vegetais sobre os respectivos inóculos. Após 24 h de incubação em aerobiose à 37°C, fez- se as leituras dos halos de inibição formados ao redor do disco, medidas em milímetros. Como controle positivo, foi utilizado clorexidina 10%. Os resultados obtidos nesse estudo mostraram que a espécie P. granatum (RI e RT) foi mais ativa contra as cepas microbianas B. subtilis (RI= 20 mm; RT= 23 mm) e S. aureus (RI= 15 mm; RT= 19 mm) e em menores proporções contra P. aeruginosa (RI= 8 mm; RT= 13 mm) e E. coli (RI= 4 mm). O extrato fluido de A. muricata L. (GEF) também apresentou atividade antibacteriana contra as cepas B. subtilis (GEF= 11 mm) e S. aureus (GEF= 10 mm). Os outros tratamentos não apresentaram atividade antibacteriana nas condições utilizadas neste estudo. A combinação da infusão (RI) e da tintura (RT) de P. granatum apresentou uma maior atividade em todas as cepas, B. subtilis (22 mm), S. aureus (17 mm), P. aeruginosa (13 mm) e E. coli (10 mm). As combinações de P. granatum (RT) e A. muricata L. (GEF), P. granatum (RI) e A. muricata L. (GEF) e A. muricata (GI) e A. muricata L. (GEF) também apresentaram efeitos sinérgicos. Dessa maneira, conclui- se que através do sinergismo entre as espécies, a atividade antimicrobiana teve um resultado mais satisfatório.