27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2016-1


Poster (Painel)
2016-1Produção de biofilme em isolados Staphylococcus aureus sensíveis e resistentes à meticilina provenientes de amostras de sangue e ponta de cateter em um hospital geral de Porto Alegre
Autores:Stypulkowski, JB (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Juliana Caierão (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; d'Azevedo, PA (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)

Resumo

Uma das características do S. aureus é sua capacidade de formar biofilme em substâncias bióticas ou abióticas, se tornando um fator importante na patogênese de bacteremia associada a cateter e infecções relacionadas ao uso de outros dispositivos médicos. Essas infecções associadas a biofilme são de difícil erradicação, levando para um estado crônico e persistente de muitas doenças por S. aureus. O presente estudo tem como objetivo comparar a capacidade de formação de biofilme in vitro entre isolados de S. aureus susceptível (MSSA) e resistente (MRSA) à meticilina de um hospital geral de Porto Alegre, recuperados durante o primeiro semestre de 2012 (janeiro a junho). Oitenta e nove isolados de S. aureus provenientes de amostras de hemoculturas (n=81) e ponta de cateter (n=8) foram recuperados de pacientes internados no Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. A indução da formação de biofilme foi realizada em microplacas de titulação por técnica adaptada de Stepanovic et al. (2007) e a leitura dos resultados foi realizada a partir da densidade óptica (D.O) com um auxílio de um espectofotômetro de microplacas utilizando um comprimento de onda de 492 nm. A partir da D.O a formação do biofilme foi classificada como forte, moderada ou fraca. Dos 81 isolados recuperados de hemoculturas, 68 (84%) formaram biofilme in vitro, nas seguintes intensidades: 35 (51%) fortes, 15 (21%) moderados e 18 (27%) fracos. Entre as 8 amostras provenientes de ponta de cateter, apenas um isolado (o único MRSA entre os 8 recuperados desse sítio) não formou biofilme; dentre os demais a maioria (57%) foi forte formador. Entre o grupo de MSSA apenas 10% dos isolados não formaram biofilmes, já no grupo MRSA 40% não desenvolveram tal habilidade, além disso, neste grupo a maioria (55%) dos biofilmes formados foram de fraca intensidade. O estudo evidencia a alta capacidade de formação de biofilme de S. aureus. Aparentemente, a resistência a meticilina parece ser inversamente proporcional à capacidade de formação de biofilme, fato esse possivelmente associado ao fitness da célula bacteriana. Como já bem estabelecido, o microambiente dos cateteres estimula, consideravelmente, a formação do biofilme, dificultando o tratamento e comprometendo o desfecho dos pacientes. Estudos como esse são interessantes para auxiliar na compreensão dos componentes que induzem a produção desse fator de virulência.