Resumo

INTRODUÇÃO: As microalgas são consideradas fonte promissora de biocombustíveis, pois possuem uma maior taxa de fixação de CO₂ e produção de O₂; seu cultivo se adapta a ambientes adversos e podem empregar água não potável. O biodiesel a partir da sua biomassa poderia contribuir para reduzir o uso de combustíveis fósseis. No entanto, baixas produtividades em biomassa e lipídios impedem sua comercialização. O presente trabalho busca aumentar o teor de lipídios totais produzidos no cultivo da microalga Neochloris oleoabundans, empregando tiossulfato de sódio em diferentes fases do crescimento e concentrações. MATERIAL E METODOS: A cepa UTEX1185 foi cultivada em erlenmeyers com 350mL de meio Bold estéril. O cultivo foi feito a 25^oC, intensidade luminosa 60 µmolfótons m^-2s^-1 e com adição de ar estéril. Foi avaliada tanto a adição de tiossulfato em diferentes estágios (na metade e no final da fase exponencial), como aumento da concentração desse composto. Foram medidos: pH, concentração celular por OD a 495nm e fração lipídica total por extração com solvente orgânico. Os ensaios de foram feitos em triplicata. DISCUSSÃO: A adição do tiossulfato no meio não afetou o crescimento do micro-organismo, resultando num aumento na porcentagem de lipídios produzidos, comparado com o controle (35,6%); foi observado um maior valor no teor quando o agente redutor era adicionado no final da fase exponencial do crescimento. A maior porcentagem obtida de lipídios (52%) foi empregando 2,5 mM de tiossulfato de sódio no dia 10 de cultivo, tendo esse ensaio a maior concentração celular (897 mg L^-1). CONCLUSÃO: Abaixo de 2,5 mM o tiossulfato de sódio não afeta o crescimento celular, porém permite aumentar o teor de lipídios na biomassa, tendo melhor resposta ao ambiente redutor após a fase exponencial. Acima de 2,5mM o tiossulfato teve efeito inibitório e causou uma redução na porcentagem de lipídios.