27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:2008-1


Poster (Painel)
2008-1Otimização do protocolo de opsonização de leveduras de Paracoccidioides brasiliensis.
Autores:Brandão, F.A.S. (UNB - Universidade de Brasilia) ; Bittencourt, L.N.S (UNB - Universidade de Brasilia) ; Agustinho, D.P. (UNB - Universidade de Brasilia) ; De-Souza-Silva, C. M. (UNB - Universidade de Brasilia) ; Silva, I.C.R. (UNB - Universidade de Brasilia) ; Poças-Fonseca, M. J. (UNB - Universidade de Brasilia)

Resumo

Paracoccidioides brasiliensis é um fungo termodimórfico, agente etiológico da paracoccidiodomicose (PCM), a micose sistêmica humana mais comum na América Latina. Muitos mecanismos relativos à doença permanecem desconhecidos, então os estudos preliminares da interação parasito-hospedeiro favorecem a descrição do contexto imunológico deste fenômeno. A opsonização de leveduras de P. brasilienses é um passo necessário para que macrófagos consigam realizar a fagocitose. Existem diferentes formas descritas para opsonizar P. brasilienses, como usar soro de camundongo ou C3 do complemento. Recentemente um trabalho mostrou que P. brasilienses compartilha estruturas similares ao principal polissacarídeo constituinte da cápsula de Cryptococcus neoformans o glucuronoxilomanana (GXM) e anticorpos contra GXM também foram capazes de marcar a parede deste. Este trabalho tem por objetivo otimizar o protocolo de opsonização para P. brasilienses. Foram realizados ensaios de fagocitose com linhagens de PB 18 e macrófagos ATCC J774. Os ensaios foram realizados em placa de 96 poços contendo 2 X 104 J774 com uma proporção de 1:1 (macrófago/levedura). As leveduras de PB18 foram lavadas em meio DMEM e submetidas a agitação com pérolas de vidro estéreis para desfazer os grumos que dificultam a contagem e a fagocitose. O sobrenadante foi recolhido e contado em câmera de Neubauer. As leveduras foram então opsonizadas nas seguintes condições: Soro de camundongo fresco (concentração 20%), soro de camundongo congelado (concentração 40%), anticorpo 18B7 contra GXM de C. neoformans (10 µg/mL) e não opsonizado (controle). A infecção aconteceu nos intervalos de 2 e 6 h. Após o tempo estipulado os poços foram lavados e corados com Instant Prov(Newprov) e as células contadas em microscopia de luz. A média da porcentagem de células em fagocitose foi de 43% em 2h e 40% em 6h para opsonizadas com soro fresco; 40% em 2h e 44% em 6h para soro congelado; 16% em 2h e 17,5% em 6h para opsonização com anticorpo 18B7 e 16% em 2h e 15% em 6h para não opsonizadas. A média de leveduras internalizadas por macrófagos foi 1,93 para soro fresco, 1,53 para soro congelado, 1,05 para 18B7 e 1,04 para não opsonizada. Estes resultados mostram que os soros de camundongo nas concentrações de 20% fresco e 40% congelado são as melhores formas de opsonização de leveduras de PB18. Embora o anticorpo 18B7 possa interagir com a parede de P. brasilienses, ele não foi capaz de aumentar a taxa de fagocitose. Os próximos passos serão analisar por quanto tempo o soro pode ser congelado sem perda da eficiência na fagocitose, bem como dosagem de citocinas presentes no sobrenadante da infecção.