27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1996-2


Poster (Painel)
1996-2Colonização nasal por Staphylococcus aureus resistente à meticilina de origem comunitária: detecção do SCCmec utilizando caldo seletivo e PCR multiplex
Autores:Cavalcante, F.S. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Ferreira, D.C. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Lyra, Y.C. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Monteiro, F. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Guimarães, A.C.F. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Abad, E.D. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Costa, T.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Santos, K.R.N. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é o principal patógeno envolvido em infecções associadas aos cuidados com saúde. A colonização nasal é um importante fator de risco para o desenvolvimento dessas infecções. A resistência à meticilina se deve a um cassete cromossômico estafilocócico (SCCmec), tendo sido descritos 11 tipos, sendo os mais comuns os tipos I, II e III, em estirpes hospitalares e IV e V em estirpes comunitárias. Estirpes que carreiam o SCCmec IV em geral são mais virulentas, apresentam baixos de níveis de concentração mínima inibitória (CMI) para oxacilina e colonizam indivíduos sem fatores de risco, como crianças e atletas, dentre outros grupos. O objetivo deste trabalho é avaliar uma nova PCR multiplex pela detecção do MRSA e do tipo de cassete mec a partir da cultura de swab nasal em meio seletivo contendo oxacilina. Um total de 300 swabs nasais foi coletado de pacientes pediátricos atendidos em um ambulatório público e de seus contactantes. Os swabs foram semeados em Agar manitol salgado (AMS) e, em seguida, inoculados em 5ml de caldo seletivo (CS) Mueller-Hinton com 7% NaCl e 2ug/ml de oxacilina. Os meios foram incubados por 24h/35ºC e o crescimento bacteriano em placa foi submetido aos testes de Gram, catalase, coagulase e resistência à cefoxitina e bacitracina. O DNA do crescimento bacterianao em CS foi liberado por lise térmica e utilizado na PCR. Foram utilizados os seguintes primers: SA1, SA2 (espécie S. aureus), MRS1, MRS2 (gene mecA), MECIP3, MECIP2, DCS R1 e DCS F2 (distinguem os SCCmec tipos II, III e IV). Resultados: A PCR multiplex identificou 31 (10,3%) estirpes MRSA e seus cassetes em 48h, sendo 2 (6,5%) tipo II, 2 (6,5%) tipo III, 21 (67,7%) tipo IV e 6 (19,3%) não-tipáveis. Cinco (16,1%) destas estirpes não cresceram no AMS. Por outro lado, 7 estirpes que cresceram no AMS, e que apresentaram CMI ≤4ug/ml para oxacilina não foram detectadas na PCR multiplex. A nova PCR multiplex demonstrou ser um método rápido, confiável e reprodutível para detectar MRSA a partir de swabs, o que poderia auxiliar no controle de infecções por estas amostras. Contudo, a presença de estirpes com CMI abaixo do breakpoint para oxacilina, típico de amostras comunitárias, pode induzir a resultados de falsa sensibilidade.