27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1988-2


Poster (Painel)
1988-2Avaliação do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos em isolados de Streptococcus pneumoniae recuperados de pacientes com doença invasiva e não invasiva.
Autores:Mott, M (CISCMPA - Complexo Irmandade Santa Casa de Misericórdi de Porto Alegre) ; Cunha, GR (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; d'Azevedo, P (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Caierão, J (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Dias, C. (UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)

Resumo

Doenças causadas por Streptococcus pneumoniae são um grave problema de saúde pública, estando associadas a elevados índices de morbidade e mortalidade. Nos últimos anos, o aumento na prevalência de cepas resistentes aos antimicrobianos, em especial macrolídeos, quinolonas e penicilina, tem complicado o manejo e tratamento das infecções pneumocócicas. O objetivo desse trabalho foi determinar o perfil de susceptibilidade de isolados de S. pneumoniae, recuperados de infecções invasivas e não-invasivas (2010 a 2012). Os isolados foram identificados a partir das provas de susceptibilidade à optoquina e bile solubilidade. A determinação das Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) foram determinadas utilizando-se tiras de E-test. Os pneumococos foram sorotipados utilizando reação de PCR multiplex e os genes de resistência aos macrolídeos foram identificados por reação de PCR duplex. Também, foi realizado teste D (CLSI). Foram estudados 209 isolados, provenientes especialmente de sítios invasivos (75,7%), sendo o sangue o mais comum (78%). Nove por cento dos pacientes tinham idade igual ou superior a 5 anos e 28,6% apresentavam 65 anos ou mais. Não houve isolados resistentes à vancomicina e baixa taxa de não-susceptibilidade ao meropenem foi observada (4,8%). Apenas um S. pneumoniae recuperado de hemocultura foi resistente à levofloxacina (CIM = 16 µg/mL). Por outro lado, sulfa e tretraciclina apresentaram elevado número de isolados não-susceptíveis: 40% e 24,6%, respectivamente. Resistência à eritromicina foi observada em 11,9%, principalmente associada ao gene mefA. Duplo genótipo foi verificado em 28% dos isolados. Pneumoncocos carreando o gene ermB apresentaram, invariavelmente, MICs> 256 µg/mL. Em geral, 33,3% apresentou CIM ≥ 0,06 µg/mL. Quando considerados os sítios de isolamento para interpretação da susceptibilidade, os percentuais de não-susceptibilidade à penicilina e ceftriaxona foram, respectivamente, 23,6% e 1,6%. Os sorotipos mais associados às cepas não-susceptíveis foram: 14, 19F e 19A. É essencial que estudos como esse sejam realizados de forma sistemática, pois, como o tratamento das infecções pneumocócicas é fortemente baseado em terapia empírica, o conhecimento da epidemiologia local pode tornar essa terapia mais embasada, podendo prevenir falhar terapêuticas e favorecer a precoce escolha da terapêutica adequada, impactando positivamente no desfecho do paciente.