Resumo

Streptococcus agalactiae, pertencente ao Grupo B (EGB) de Lancefield, é reconhecido como um patógeno cada vez mais comum em adultos não gestantes, causando sepse, pneumonia, infecções do trato urinário, pele e tecidos moles. A penicilina é a droga de escolha recomendada para o tratamento, não havendo caso relatado de resistência em EGB. Dois principais mecanismos de resistência foram descritos em EGB, associados aos genes ermA e ermB. Esses genes conferem resistência aos macrolídeos, lincosamidas e estreptograminas B (fenótipo MLSB), expressa de forma constitutiva ou induzida. O gene mef/A (fenótipo M), confere resistência somente a macrolídeos e o gene lnuB apenas a lincosamidas. O objetivo do estudo foi avaliar o perfil de suscetibilidade das amostras frente à clindamicina, eritromicina e vancomicina através do método de disco-difusão e determinação da concentração inibitória mínima (CIM) por E-test® de penicilina entre 195 isolados. Dentre os resultados encontrados, 90% dos isolados foram provenientes do sexo feminino, 60% se encontram na faixa etária entre 25-49 anos. Dos isolados de EGB, 77% foram originários de swab anal/vaginal ou secreção vaginal; 10% de urina e 13% provenientes de outros sítios. Nenhuma amostra foi resistente à penicilina (MIC90= 0,094 µg/ml) e/ou vancomicina, porém, 20% (38/195) foram resistentes a macrolídeos, dentre estas, 42% (16/38) se mostraram resistentes de forma induzida e 45% (17/38) de forma constitutiva à clindamicina. No Brasil, há poucos trabalhos de pesquisa dedicados a estudar a diversidade fenotípica de EGB, utilizando testes de susceptibilidade antimicrobiana, sendo estes dados úteis para a formulação de uma prevenção eficaz e de tratamento. A partir do ponto de vista epidemiológico, é importante a realização de estudos sobre as características detalhadas destes isolados.