27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1981-1


Poster (Painel)
1981-1DETECÇÃO DE Mycoplasma hominis, M. genitalium E M. penetrans NO TRATO UROGENITAL FEMININO E A SUA RELAÇÃO COM POLIMORFISMOS GENÉTICOS E EXPRESSÃO DE CITOCINAS EM MULHERES ATENDIDAS NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
Autores:Campos, G. B (USP - Universidade de São Paulo) ; Lobão, T. N. (USP - Universidade de São Paulo) ; Selis, N. N. (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Teixeira, F. G. (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Gestianri, R. S. (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Marques, L. M. (UFBA - Universidade Federal da BahiaUSP - Universidade de São Paulo) ; Timenetsky, J. (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

Mycoplasma hominis, M. genitalium e M. penetrans ainda desafiam a compreensão de sua biologia principalmente quando associados a infecções do trato urogenital. Entre as diversas justificativas da literatura, o estudo das citocinas nos indivíduos doentes indicam que este aspecto contribui no esclarecimento do oportunismo clássico destas bactérias. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi inicialmente detectar, pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e da PCR quantitativa (qPCR), as espécies de micoplasma mencionadas em mulheres e relacionar os achados com variáveis comportamentais, clínico-demográficas, presença de outros microrganismos de importância ginecológica e o polimorfismo das citocinas IL-1β e IL-6. Foram obtidos dados clínico-demográficos, amostras de swab vaginal e sangue de 302 mulheres incluindo-se mulheres sadias. Foi detectada a frequência de 76,2% para a classe dos Mollicutes, 15,9% para M. hominis e 1,7% para M. genitalium na PCR convencional. Frequência de 31,8% e 28,1% na qPCR foi encontrada para M. genitalium e M. hominis respectivamente. A infecção por micoplasmas genitais, principalmente quando analisados pela qPCR, esteve significativamente associada aos de sinais e sintomas clínicos de Infecções sexualmente transmissíveis. A frequência de Trichomonas vaginalis Neisseria gonorrhoeae Gardnerella vaginalis e Chlamydia trachomatis foi de 3,0%, 21,5%, 42,4%, 1,7% respectivamente. Além disso, co-infecção destas espécies com micoplasmas foi encotrada. No polimorfismo da IL-1β, houve maior prevalência do genótipo CC, no entanto, o alelo T foi relacionado ao pequeno aumento dos níveis da interleucina no grupo caso. Para o polimorfismo de IL-6, o genótipo GG apresentou maior frequência, e o genótipo GC foi associado ao aumento dos níveis plasmáticos da citocina no grupo caso. O aumento dos níveis de IL-1β foi associado à presença M. hominis e ao fato das mulheres apresentarem sinais ou sintomas de infecção. Os resultados mostraram que a qPCR foi uma técnica mais sensível e que os polimorfismos de citocinas podem desempenham papel importante na ativação do sistema imune durante resposta inflamatória. O fator comportamental foi associado à detecção dos micoplasmas e as co-infecções encontradas sugerem a cooperação da diversidade microbiana no estabelecimento, persistência e manifestação clínica da infecção vaginal.