Resumo

Biossurfactantes são metabólitos de origem microbiana que exibem propriedades tenso-ativas e possuem elevada capacidade emulsificante, consistindo em produtos metabólicos de bactérias e fungos (filamentosos e leveduras). Neste trabalho foi avaliada a estabilidade do biossurfactante produzido por Cunninghamella elegans UCP 0542 produzido por fermentação submersa utilizando meio básico[sais], suplementado com milhocina e óleo pós-fritura como fontes de carbono e nitrogênio mais econômicos e provenientes de recursos renováveis, de acordo com a melhor condição obtida através de um planejamento do tipo DCCR 2². O biossurfactante foi produzido em 400 mL do meio de cultura, pH 5,5, com 1% de inóculo de 10⁷ esporangiósporos/mL, mantidos à 150 rpm, por 96 horas, a 28ºC. O estudo da estabilidade do biossurfactante foi realizado com as amostras retiradas no tempo 96h, e determinada através da redução da tensão superficial do líquido metabólico, livre de células, em diferentes temperaturas (100 e 121°C), em diferentes pH (2, 4, 6, 7, 8, 10, 12 e 13) e diferentes concentrações de NaCl (2, 2,5, 4, 5, 10 e 20%). Os ensaios foram realizados em triplicata. Os resultados obtidos demonstraram que o estudo da estabilidade evidenciou que o biossurfactante reduziu a tensão superficial da água de 72 para 32,1 mN/m, e 30,4 mN/m, respectivamente para 100°C e 121°C; manteve-se estável na concentração salina mais baixa com redução da tensão superficial da água de 72 para 30,4 mN/m, apresentando-se estável no pH 13 com redução da tensão superficial da água de 72 para 34,6 mN/m. Os resultados obtidos demonstram o elevado potencial biotecnológico do fungo filamentoso C. elegans UCP 0542 na produção de biossurfactante, como também da biomoléculas produzida considerando a estabilidade nas diversas condições estudadas.