Resumo

A hepatite C crônica constitui um problema de saúde pública, com cerca de 170 milhões de pessoas infectadas no mundo, sendo a principal causa de transplante hepático nos países desenvolvidos. No Brasil, estima-se que 2,5 a 4,9% da população estejam infectadas pelo vírus da hepatite C (HCV). O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de anticorpos anti-HCV em indivíduos dos municípios de Natal e Espírito Santo, localizados no estado do Rio Grande do Norte. O estudo foi prospectivo, realizado de fevereiro de 2011 a junho de 2013, incluindo indivíduos da comunidade de Brasília Teimosa, Natal e da Escola Municipal Joaquim da Luz, Espírito Santo. Foram coletados 3mL de sangue periférico de cada participante e detecção de anticorpos IgG anti-HCV foi realizada através do ensaio imunoenzimático qualitativo (SD HCV ELISA 3.0 Kit). Amostras com o valor de absorbância menor que o valor do "cut-off" foram consideradas não reagente e amostras com absorbância maior ou igual que o valor de "cut-off" foram inicialmente consideradas reagente. A amostra reagente foi repetida em duplicata para avaliação final. Foram incluídos 324 indivíduos, sendo 171 do Espírito Santo e 153 de Natal. Em relação gênero, 71,6% foram do sexo feminino e 28,4% do sexo masculino, com mediana de idade de 34 anos. Com relação à detecção dos anticorpos, apenas um indivíduo (0,6%, 1/171) da comunidade de Espírito Santo foi positivo para IgG anti-HCV e todos os indivíduos na comunidade em Natal foram negativos. Segundo dados do Ministério da Saúde (2011), em relação à hepatite C, 273 casos foram confirmados no Rio Grande do Norte na série histórica dos anos de 1999 a 2010, sendo 51 nesse último ano. A taxa de detecção no Brasil, em 2009, foi de 5,3 casos por 100 mil habitantes, para a região Nordeste foi de 1,2 e para o Rio Grande do Norte, 1,6. No presente trabalho observou-se uma baixa prevalência da infecção por HCV na população estudada.