27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1971-1


Poster (Painel)
1971-1Degradação do corante Azul Brilhante Reafiz BFNG por fungo da podridão branca da madeira
Autores:Araujo, C.A.V.de (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Maciel, G.M. (UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná) ; Haminiuk, C.W.I (UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná) ; Moreira, J.S.C (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Peralta, R.M. (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; SOUZA, C.G.M. (UEM - Universidade Estadual de Maringá)

Resumo

Os fungos da podridão branca da madeira são utilizados em processos de biorremediação devido à capacidade de degradar compostos xenobióticos e recalcitrantes. Seu potencial se deve a presença de enzimas ligninolíticas inespecíficas que oxidam moléculas estruturalmente semelhantes à lignina. Dentre os compostos recalcitrantes, estão incluídos os corantes que são amplamente utilizados em indústrias têxteis e têm baixa biodegradabilidade. Sendo assim, foi avaliado a capacidade de Trametes sp M3 em degradar o corante Azul Brilhante Reafiz BFNG utilizado em lavanderia de jeans. A biomassa do fungo (pellets) foi inoculada em frascos contendo 100 mg/L de solução de corante, 1 % de glicose, sais de Vogel e submetida a agitação de 120 rpm a 28°C por tempo máximo de 120 h. O micélio foi removido por filtração e no sobrenadante foram avaliadas a descoloração (por espectrofotômetro UV-visível), a degradação (por HPLC), enzimas envolvidas no processo de descoloração do corante e ensaios de fitotoxicidade com sementes de Lactuca sativa. Trametes sp M3 foi capaz de descolorir 88 % do corante após 24 h e aproximadamente 100 % após 120 h. Lacase foi a principal enzima oxidativa encontrada no meio e sua maior atividade foi após 120 h (515,67 U/L). Manganês peroxidase foi encontrada em baixas concentrações (7 U/L) neste mesmo tempo. As análises por HPLC mostraram que a solução de corante (controle) tem 3 picos com os tempos de retenção de 2.523, 2.850 e 3.207. No cromatograma do sobrenadante tratado com o fungo, foi possível observar que a quantidade de picos aumentou para 6 com os seguintes tempos de retenção, 2.560, 2.873, 2.960, 4.127, 5.697, 7.467, indicando que houve mudança na composição inicial dos componentes do corante e não apenas alteração no grupo cromóforo. Não houve adsorção do corante pelo micélio. Nos ensaios de toxicidade observou-se que as sementes germinaram 15 % a mais nas amostras tratadas com o fungo. A raiz e o hipocótilo tiveram um crescimento superior a 14 % e 15 %, respectivamente, quando comparado com as sementes umedecidas com soluções de corante. Nossos estudos mostram que Trametes sp M3 é um fungo com grande potencial para uso em processos de biorremediação. CNPq/Fundação Araucária/UEM.