27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1965-1


Prêmio
1965-1Efeito das oncoproteínas de HPV16 nas vias de sinalização de TNF e TRAIL
Autores:Andrade, R. (ICB II - USP - Instituto de ciências Biomedicas USP) ; Villa, L.L. (INCTHPV - Instituto do HPVICESP - Instituto do Câncer do Estado de SP) ; Boccardo, E. (ICB II - USP - Instituto de ciências Biomedicas USP)

Resumo

A resposta de queratinócitos a diferentes estímulos pro-inflamatórios tem um papel fundamental em diferentes processos biológicos como a regulação da proliferação e a resposta destas células a infecções virais. O fator de necrose tumoral alfa (TNF) é capaz de regular negativamente a proliferação de queratinócitos normais. Por outro lado, observamos que queratinócitos transformados por papilomavírus humano (HPV) são resistentes a esta citocina. Além disso, a expressão aguda da oncoproteína E7 de HPV16 ou 18 é suficiente para induzir resistência ao efeito antiproliferativo do TNF em culturas em monocamada e organotípicas. Visando entender a base molecular deste fenômeno o objetivo do nosso trabalho é analisar os níveis de expressão dos receptores de TNF, da citocina relacionada TRAIL, e de genes regulados pelo fator NF-κB em células que expressam os oncogenes de HPV. Além disso, visamos determinar os níveis de apoptose induzidos nestas células após tratamento com estas citocinas. Nesse estudo utilizamos culturas em monocamada e organotípicas de queratinócitos primários humanos transduzidos com as oncoproteínas E6 e E7 do HPV16. As culturas organotípicas permitem avaliar a proliferação, diferenciação e interação de queratinócitos em um contexto semelhante ao dos epitélios escamosos. Além disso, utilizamos linhagens celulares derivadas de tumores da cérvice uterina positivas (HeLa e SiHa) ou negativas (C33) para HPV. Observamos que a expressão das oncopreotínas E6 e E7 de HPV de alto risco confere resistência às citocinas TNF e TRAIL. Além disso, observamos que células derivadas de tumor da cérvice uterina negativas para HPV tiveram uma queda na proliferação/viabilidade de quase 50% após tratamento com TRAIL. Por outro lado, quando o tratamento foi feito com TNF e TRAIL ao mesmo tempo a linhagem C33 foi resistente aos efeitos das citocinas. Esses resultados indicam que o TNF pode ativar vias de supervivência na linhagem C33 que se opõem ao efeito de TRAIL e um possível candidato é o fator NF-κB. De fato, observamos que células infectadas HPV apresentam alterações importantes na expressão de genes da via de NF-κB e nós níveis de proteínas envolvidas na regulação/execução de apoptose.