27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1963-2


Poster (Painel)
1963-2ALTERAÇÕES NA MACROSCOPIA E NA FISIOLOGIA DE FUNGOS DEVIDO À EXPOSIÇÃO AO AGROTÓXICO ORGANOFOSFORADO CLORPIRIFÓS
Autores:Ramos, S.M.S. (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Oliveira, N.T. (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Souza-Motta, C.M. (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

Fungos das espécies Aspergillus terreus e Penicillium solitum foram isolados de solo agrícola exposto ao inseticida clorpirifós. Este composto é aplicado em um amplo espectro de pragas agrícolas parasitas de culturas comercialmente importantes. Foram analisadas alterações na macroscopia das colônias e na esporulação. Acresceu-se 1mL do agrotóxico para cada litro do meio de cultura Ágar Extrato de Malte que foi vertido em placas de Petri. No controle, preparou-se o Ágar Extrato de Malte desprovido do inseticida. O experimento foi realizado em quadruplicata. Os fungos com 7 dias de crescimento foram repicados de tubos de ensaio contendo o meio Ágar Extrato de Malte para as placas de Petri, por inoculação central. No sétimo dia de cultivo as colônias foram fotografadas. Com o auxílio de um furador metálico transferiu-se de cada placa três blocos de gelose das cepas fúngicas para os tubos contendo 5mL de Tween 80, 0,01%. Posteriormente, 200µL da suspensão fúngica foram transferidos para câmara de Neubauer, para a contagem dos esporos. As duas espécies fúngicas apresentaram mudanças na macroscopia e na produção de esporos em presença do clorpirifós. A espécie A. terreus, nas placas que continham o inseticida, apresentou um aspecto esbranquiçado em toda a colônia, mas nas placas desprovidas do agrotóxico, apresentou coloração amarelada na porção central da colônia que estava circunscrita por tonalidades distintas variando do branco ao creme. A espécie P. solitum nas placas que continham o inseticida apresentou um círculo central com tonalidade verde escura. Porém, nas placas destituídas do veneno, apresentou um círculo central alaranjado. Aos 7 dias de cultivo, a colônia de A. terreus apresentou uma média de crescimento diametral de 4,6 cm no meio com o agrotóxico e de 5,9 cm no controle. A colônia de P. solitum apresentou uma média de crescimento diametral de 3,3cm no meio com o inseticida e de 3,2cm no grupo controle. A produção de esporos pela espécie A. terreus foi comprometida pelo agrotóxico enquanto que a espécie P. solitum apresentou alteração sutil no número de esporos. A espécie A. terreus apresentou média de 7,125 x 105 esporos/mL no meio com o inseticida e 18,875 x 105 esporos/mL no meio sem o agrotóxico e a espécie P. solitum média de 9,5 x 105 esporos/mL no meio com inseticida e 9,75 x 105 esporos/mL no controle. A alteração na coloração pode ter relação com mudanças na produção de pigmentos em virtude da exposição ao agrotóxico. O inseticida clorpirifós causou alterações na macroscopia das colônias e na produção de esporos das espécies isoladas de solo de área exposta ao agrotóxico.