Resumo

O Brasil é conhecido mundialmente por ser detentor de uma notável biodiversidade, possuindo elevado número de espécies em todos os grupos taxonômicos. Um dos grupos que mais se destacam são as aves, amplamente distribuídas ao longo de nosso território. As aves de rapina são aves carnívoras representadas pelos rapinantes diurnos (Ordens Falconiformes e Accipitriformes) e rapinantes noturnos (Ordem Strigiformes), caracterizadas por garras e bicos fortes. Foram coletadas amostras cloacais de 28 rapinantes diurnos de 8 espécies diferentes, mantidas em cativeiro no estado da Paraíba. Todas as bactérias isoladas foram submetidas ao teste de susceptibilidade in vitro aos antimicrobianos utilizando-se o método de disco difusão em Ágar Müeller - Hinton, conforme protocolo proposto CLSI (2005). Foram utilizados os seguintes antimicrobianos: Gentamicina 10 mcg, Kanamicina 30 mcg, Neomicina 30 mcg, Polimixina 300 UI, Norfloxacina 10 mcg, Ampicilina 10 mcg, Ampicilina + Subactam 10/20 mcg, Cefalotina 30 mcg, Ceftadizima 30mcg, Cefotaxima 30 mcg, Amoxacilina + Ac. Clavulânico /30 mcg, Tetraciclina 30 mcg , Imipinem 10 mcg e Aztreonam 30 mcg. Foram identificadas 53 cepas bacterianas. As bactérias mais frequentemente isoladas foram, Klebsiella spp.(37,74%), Escherichia coli (26,42%) e Salmonella spp.(24,53%). O maior índice de sensibilidade foi frente à Amoxacilina + Ácido Clavulânico (81,13%). Em relação à resistência, o maior percentual verificado foi frente à tetraciclina 50,94% e cefalotina 49,06%. Das 53 enterobacterias isoladas, 79,24% apresentaram resistência a 2 ou mais antimicrobianos, sendo a múltipla resistência mais frequente para 3 antimicrobianos (30,18%). Com os resultados obtidos, pode-se observar que os rapinantes cativos podem consistir em uma importante fonte de disseminação de patógenos, muitas vezes com caráter zoonótico ou que expressam multirresistência, sendo necessário a adoção de medidas de prevenção, controle e monitoramento de microrganismos de animais silvestres mantidos em cativeiro.