27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1959-1


Poster (Painel)
1959-1DETECÇÃO DE RANAVIRUS EM RÃS TOURO GIGANTE (LITHOBATES CATESBEIANUS)EM RANÁRIO DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Autores:BATINGA, M.C.A. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; MARTINS, N. F. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; GUERRA, E.J. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; LUCERA, T.M.C. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; ROSA, M.P.L. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; GODOY, S.H.S. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; MUNIN, F.S. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; AGUIAR, J.C.C. (CEPTA-ICMBIO - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continen) ; ALMEIDA-QUEIROZ, S.R. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; MAIA, A.A.M. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; FERNANDES, A.M. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos) ; SOUSA, R.L.M. (FZEA-USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos)

Resumo

Grandes impactos econômicos têm sido relatados em raniculturas de muitos países em virtude de surtos de infecções por vírus da família Iridoviridae, especialmente do gênero Ranavirus, compreendendo vírus não envelopados de dupla fita de DNA. Além de problemas de ordem econômica, as ranaviroses também são responsáveis por grandes impactos ecológicos envolvendo um grande número de espécies de peixes, anfíbios e répteis em condições de vida livre. O objetivo desse trabalho foi detectar, pela primeira vez no estado de São Paulo, a ocorrência de ranavirose a partir de anfíbios de criação comercial do interior paulista. Um total de 33 espécimes de rãs touro gigante (Lithobates catesbeianus) foram coletadas de um ranário localizado no município de Matão, região central do estado de São Paulo. Após a coleta, os animais foram examinados macroscopicamente, eutanasiados e mantidos sob refrigeração a -20ºC. Amostras de fígado, baço e rins foram coletadas e submetidas ao diagnóstico molecular por PCR (polymerase chain reaction) para a amplificação sequencial de fragmentos de 479 e 1.483pb correspondentes aos genes MCP (major capsid protein) e IE-ICP18 (immediately early protein), respectivamente. A maioria dos animais coletados manifestavam sinais clínicos como edema e falhas na pele. Durante a necropsia para coleta de amostras, observou-se líquido na cavidade abdominal, além de hepatoesplenomegalia e fígado ictérico, além de ausência de conteúdo estomacal nos animais amostrados, sugerindo uma provável inapetência ou dificuldade de alimentação. Análises por PCR revelaram que dos 33 espécimes pesquisados, 14 (42,4%) foram positivos para Ranavirus. Produtos do gene MCP obtidos dos espécimes amostrados revelaram alta porcentagem de similaridade com seqüências homólogas depositadas no GenBank. Os resultados obtidos no presente trabalho indicam que infecções causadas por Ranavirus estão presentes em anfíbios de criação comercial na região central paulista, com potenciais implicações econômicas para ranicultura nessa região. Nesse contexto, estudos adicionais são necessários para avaliar possíveis fontes de infecções para os ranários, bem como a gravidade do impacto ambiental dessas infecções para espécies de anuros selvagens, peixes e répteis da região envolvida. O presente trabalho foi financiado pela FAPESP (Proc. nº 2012/08846-3 e nº 2013/07201-1).