27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1956-1


Poster (Painel)
1956-1Aspergillus aflatoxigênico na micobiota da semente de chia (Salvia hispanica) comercializada no município de Recife-PE.
Autores:Wanderley, K. A. A (UFPE - CAV - Universidade Federal de Pernambuco) ; Silva, L.J.R. (UFPE - CAV - Universidade Federal de Pernambuco) ; Oliveira, I. S. (UFPE - CAV - Universidade Federal de Pernambuco)

Resumo

A chia é uma semente atualmente utilizada na sociedade devido ao seu valor nutrional e propriedades funcionais, tais como: rica em fibras solúveis e insolúveis, ômega -3, proteínas, minerais, aumenta a saciedade, melhora o funcionamento intestinal, reduz o risco do surgimento de doenças cardiovasculares, entre outros. Porém, devido a comercialização a granel e algumas vezes embalada industrialmente, as sementes podem ser contaminadas com fungos toxigênicos, tais como Aspergillus aflatoxigênicos. O presente trabalho teve como objetivos analisar a micobiota da semente de chia comercializada a granel no município de Recife – PE e a taxa de germinação da semente Foram analisadas 50 sementes de chia em dois tipos de análise com e sem tratamento com hipoclorito de sódio a 0,4% durante dois minutos. As sementes foram plaqueadas diretamente nos meios Ágar Dicloran Rosa de Bengala Cloranfenicol (DRBC) e Ágar Aspergillus flavus-parasiticus (AFPA), com e sem tratamento com hipoclorito, perfazendo 50 sementes (5 placas de Petri contendo 10 sementes cada) para cálculo da taxa média de contaminação e germinação. Após 5 dias de incubação a 28oC, os resultados mostraram que as sementes plaqueadas no meio DRBC que foram submetidas ao tratamento com hipoclorito tiveram uma média de contaminação de 4%, com germinação de 86% das sementes e 14% de sementes não germinadas. No mesmo meio de cultura, sem o tratamento com hipoclorito, houve uma média de 56% de contaminação, e 60% de germinação das sementes e 40% de sementes não germinadas. Os gêneros fúngicos isolados das sementes de chia foram Penicillium, Aspergillus e Rhizopus. No meio AFPA a média de contaminação fúngica das sementes com tratamento com hipoclorito foi de 6%, sendo evidenciada apenas uma amostra com cepa de Aspergillus aflatoxigênico. A maior parte das sementes germinou (88%) e apenas 12% não germinaram. No mesmo meio de cultura, sem o tratamento com hipoclorito, 86% das sementes apresentaram contaminação fúngica, e apenas 18% das sementes germinaram e 82% não germinaram. Esses resultados evidenciaram que quando as sementes estão contaminadas por fungos perdem seu potencial de germinação. Além disso, considerando que as amostras de sementes de chia testadas foram comercializadas a granel, nota-se a fragilidade deste tipo de comércio, pois as sementes podem ser expostas a contaminação por fungos aflatoxigênico durante o armazenamento, manipulação constante e embalagens avulsas. Esse trabalho foi o primeiro relato de análise micológica da semente de chia.