27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1952-2


Poster (Painel)
1952-2Screening de bactérias halotolerantes isoladas de três manguezais do Ceará
Autores:NASCIMENTO, C. T. M. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; MELO, V. M. M. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; HISSA, D. C. (UFC - Universidade Federal do Ceará) ; GOMES, L. M. A. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; FALCÃO, N. M. S. (UFC - Universidade Federal do Ceará)

Resumo

Micro-organismos possuem uma grande plasticidade metabólica. Uma grande variedade sobrevive em ambientes com extremos de pH, salinidade ou temperatura; sendo considerados extremófilos. Bactérias que crescem em altas concentrações de sais podem ser classificadas de acordo com sua dependência (halófilas) ou tolerância (halotolerantes) ao sal. Estas bactérias são interessantes do ponto de vista biotecnológico por serem fontes de enzimas e compostos que são estáveis na presença de grandes quantidades de sais e, portanto, possuem uma aplicação industrial ampliada. O atual estudo tem como objetivo avaliar a influência da salinidade no crescimento de estirpes de interesse biotecnológico, sendo realizado um screening de 19 estirpes previamente isoladas de três manguezais da zona costeira do Ceará. Os isolados testados foram pré-inoculados em Meio Mineral (MM) contendo glicose como fonte de carbono e extrato de levedura como fonte de nitrogênio, por 16 h. Após padronização dos inóculos (DO630nm 0,2) os isolados foram testados em triplicata em microplacas de 96 poços contendo o mesmo meio do pré-inóculo acrescido de diferentes concentrações de NaCl (0,27%, 1,6%, 3,3,%, 6,6%, 10 %, 13,3% e 20%). Em seguida, as microplacas foram incubadas a 30°C, sob agitação de 150 rpm, por um período de 48 h, sendo o crescimento bacteriano monitorado por DO630nm em diferentes períodos de tempo. A análise das curvas de crescimento mostrou que todos os 19 isolados cresceram nas concentrações mais baixas de NaCl até 3,3% e atingiram crescimento microbiano máximo em 16 h, sem apresentar fase lag. Em contrapartida, quando submetidas às maiores concentrações de NaCl, as culturas apresentaram uma fase lag e necessitaram de um maior período de tempo para atingirem crescimento máximo. A maioria dos isolados (18) tolerou 6,6% de NaCl e 17 isolados suportaram 10%. Apenas 3 isolados cresceram na presença de 13,3% de NaCl, se destacando frente aos demais por sua halotolerância. Após adaptação ao NaCl, as culturas apresentaram taxas de crescimento e tempos de geração semelhantes mesmo quando submetidas a diferentes salinidades. O atual estudo selecionou estirpes adaptadas a altas concentrações de NaCl (13,3%), demostrando que os manguezais constituem um ambiente propicio para obtenção de novas estirpes halotolerantes.