27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1923-1


Poster (Painel)
1923-1Leveduras em flores de Tabebuia aurea e seus polinizadores em um transecto de paisagens de Cerrado no Estado do Tocantins
Autores:Morais, P.B. (UFT - Universidade Federal do Tocantins) ; Ferian, L.M.S. (UFT - Universidade Federal do Tocantins) ; Souza, F.M.P (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Rosa, C.A. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

O estabelecimento de uma comunidade de leveduras em flores efêmeras depende de insetos vetores, mas também parece sofrer influencias geográficas nas localidades já estudadas, no Caribe, Australia e Africa. Tabebuia aurea é uma Bignoniaceae nativa da América do Sul, e distribuida em todos os ecossistemas brasileiros. Suas flores arranjadas em panícula de cor amarela florescem massivamente na estação seca, e são efêmeras durando cerca de cinco dias, nos quais são intensamente visitados por insetos. Centris violacea, C. albopilosa e C. discolor além de Bombus morio são reconhecidos como seus principais polinizadores. Este trabalho isolou 878 linhagens de leveduras de flores de Tabebuia e abelhas Bombus e Centris em cinco áreas de cerrado entre o leste (ecótono Cerrado-caatinga) e oeste (ecótono cerrado-amazônia) no Estado do Tocantins. Em cada área, 10 árvores com 5 flores em cada árvore foram amostradas. Os insetos foram capturados com rede entomológica nas proximidades das flores. As leveduras foram isoladas do ovário localizado no fundo da corola infundibular, perto do disco nectarífero, com uma alça de inoculação úmida que foi semeada em placas de petri contendo YMA com cloranfenicol. Os insetos capturados foram postos a caminhar em placas com YMA por 3-5 min e depois identificados. Metschnikowia koreensis, Metschnikowia sp NRRL Y-5941, Starmerella meliponinorum foram as espécies mais frequentes nas flores nas cinco áreas, seguidas de Pseudozyma antarctica, Candida maltosa, Candida sorboxylosa, Rh mucilaginosa e Cryptococcus laurentii. M. koreensis e S. meliponinorum foram frequentes também em Bombus e Centris. A diversidade de espécies em flores coletadas nos parques estaduais do Jalapão (leste) e Cantão (oeste) foi maior que em campos homogêneos de Tabebuia onde M. koreensis, Metschnikowia sp. NRRL Y5941 e Rh. mucilaginosa foram dominantes É provável que as abelhas visitem outras flores nas áreas dos parques, aumentando a diversidade da comunidade de leveduras, enquanto que nos campos homogêneos de Tabebuia a visitação se limita a esta espécie vegetal. A frequência de ocorrência de leveduras em flores à margem das rodovias de ligação entre leste e oeste foram baixas, demonstrando possível transitoriedade e inespecificidade. As leveduras prevalentes em flores de Tabebuia ocorreram em todas as regiões, incluindo as áreas naturais e as áreas perturbadas ao longo das rodovias de ligação leste-oeste, um trajeto de cerca de 461 km e diferiram de leveduras obtidas de flores de Convolvulacea e Volchysiacea nas mesmas áreas.