27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1894-1


Poster (Painel)
1894-1Indução de apoptose e necrose por Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) em células intestinais humanas T84
Autores:Pereira, A.C.M. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Braga, R.L.L. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Costa, A. F. E. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Mattos-Guaraldi, A.L. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Hirata Júnior R (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Luna, M. G. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; NAGAO, P. E. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; ROSA, A. C. P. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é um patógeno frequentemente associado à síndrome diarréica e reconhecido pela capacidade de produzir o padrão de aderência agregativa (AA) em linhagens celulares humanas HEp-2 ou HeLa. O plasmídeo de aderência agregativa, de 60-65 MDa, encontrado na maioria das cepas de EAEC, foi associado ao padrão AA e contém genes que codificam diversos fatores putativos de virulência. Um modelo de três estágios foi proposto para a patogênese de EAEC: aderência à mucosa intestinal, aumento da produção de muco com formação de biofilme e inflamação com liberação de citocinas. Além disso, EAEC é capaz de invadir e persistir no interior de células intestinais humanas cultivadas in vitro. O objetivo desse estudo foi avaliar a capacidade de cepas EAEC isoladas de crianças com diarreia induzirem apoptose e necrose após interação com células intestinais T84 cultivadas in vitro. Após o ensaio de interação bacteriana com as células T84 por 6h e 16h de incubação, foi utilizado o corante fluorescente 4’6’-diamidino-2-fenilindol (DAPI) e marcação dupla com anexina e iodeto de propídio. Na marcação do DNA com o corante fluorescente DAPI foi possível observar por microscopia de fluorescência, que as células T84 apresentaram arredondamento celular e condensação nuclear após a interação com EAEC I49/3 e EAEC H92/3 por 16 horas. Alguns patógenos podem induzir a célula parasitada à apoptose mediante a introdução de determinada proteína que induz a ativação de caspases e desencadeiam uma série de eventos que levam à morte celular da célula hospedeira. Por citometria de fluxo, identificamos apoptose e necrose nas células T84 após a interação de EAEC por períodos de 6 e 16h. Observamos que nas células infectadas com as cepas EAEC H92/3 e I49/3, a apoptose foi predominante no teste com período de incubação de 6h. No período de incubação de 16h, observamos que as células T84 infectadas com essas cepas apresentaram apoptose tardia. Quando comparados os percentuais de apoptose e necrose, notamos que a necrose foi predominante nas células infectadas com EAEC H92/3 e apoptose foi predominante em células infectadas com EAEC I49/3. Os cultivos celulares infectados com EAEC protótipo 042 exibiram necrose. No período de 16h, os cultivos infectados com essas cepas exibiram percentual baixo de células viáveis demonstrando o potencial de EAEC desencadear a morte celular. Nossos dados demonstraram que as cepas de EAEC podem desencadear a apoptose tardia e necrose das células intestinais T84.