27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1886-1


Poster (Painel)
1886-1Tuberculose Extensivamente Resistente no Estado de São Paulo: análise comparativa entre os anos de 2006 e 2012.
Autores:Gallo, J.F. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Carvalho, V.L. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Costa, S.M. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Dias, M.A.E (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Simonsen, V. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Ferrazoli, L. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Oliveira, R.S (IAL - Instituto Adolfo Lutz)

Resumo

A emergência de Tuberculose multirresistente (TBMDR) e Tuberculose extensivamente resistente (TBXDR) é um problema de saúde pública mundial de extrema importância, que vem tomando grandes proporções. A TBXDR foi descrita em 2006, a partir de um surto ocorrido na África do Sul. Além de apresentar resistência a Isoniazida (I) e Rifampicina (R), o que caracteriza a TBMDR, a TBXDR também apresenta resistência a todos os tipos de Fluoroquinolonas e pelo menos a um dos três medicamentos injetáveis de 2ª linha, Capreomicina (CA), Kanamicina (KA) e Amicacina (AK). Este estudo tem como objetivo verificar a existência de TBXDR no Estado de São Paulo em 2006 (ano de sua descrição), bem como avaliar se em 2012, houve um aumento nesta forma de resistência. O Núcleo de Tuberculose e Micobacterioses do Instituto Adolfo Lutz recebeu nos anos de 2006 e 2012, respectivamente, 2723 e 3556 cepas do complexo Mycobacterium tuberculosis (MTB), para teste de sensibilidade aos fármacos de 1ª linha. A caracterização do perfil de resistência aos fármacos de 1ª e 2ª linha dos isolados de MTB multirresistente (MTBMDR) foi realizada pelo método automatizado BACTEC MGIT 960. Os testes estatísticos utilizados foram o Qui-quadrado ou o Exacto de Fisher, quando aplicável. O total de cepas MTBMDR em 2006 foi de 138 (5,07%) e de 192 (5,40%) em 2012. Analisando estes resultados podemos concluir que não houve diferença significante entre os números de cepas multirresistência nos anos estudados (p=0,299). As análises dos resultados preliminares de 84 cepas MTBMDR do ano de 2006, indicaram a existência de 2 (2,38%) cepas MTB extensivamente resistente (MTBXDR). Em 2012 houve 27 (14,06%) cepas MTBXDR no Estado de São Paulo. Essas informações corroboram com estudos retrospectivos do "Centers for Disease Control" e da Organização Mundial da Saúde, nos quais foram avaliadas informações de laboratórios de referência em Tuberculose, distribuídos nos 6 continentes, evidenciando que a TBXDR já era encontrada a partir dos anos de 2000-2004. Também foi evidenciada uma diferença significante da resistência aos fármacos de 2ª linha entre os anos estudados (p=0,001). Concluímos que em 2006 já existiam isolados MTBXDR no Estado de São Paulo. Apesar dos dados serem animadores quanto a multirresistência, evidenciando que não houve um aumento significante dessa forma de resistência no Estado, a resistência aos fármacos de 2ª linha aumentou significativamente em 2012, com relação a 2006.