Resumo

Relações entre microrganismos do solo e raízes de plantas superiores são importantes. Em Sistemas Agroflorestais (SAFs), essas relações são complexas, estimulando o crescimento vegetal, por meio de interações mutualísticas com microrganismos. Entender essas interações é importante, pois elas são afetadas por condições endoclimáticas. O trabalho teve como objetivos avaliar a ocorrência de fungos endofíticos na rizosfera de plantas pertencentes a dois sistemas agroflorestais e avaliar sua ocorrência na estação seca e chuvosa. As coletas das raízes foram realizadas em dois Sistemas Agroflorestais nos meses de agosto (estação seca) e março (estação chuvosa). No SAF 1 coletou-se espécies de maracujá, cupuaçu, banana, açaí e laranja. No SAF 2 de açaí, banana, cupuaçu, rambutã e goiaba. As raízes foram identificadas e armazenadas em sacos plásticos para serem analisadas no laboratório de Ecologia e Biotecnologia de Microrganismos, no INPA. Os Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMAs) foram avaliados pelos métodos de Kormanick e de Schenck. As colonizações radiculares foram avaliadas utilizando-se o método da lâmina, dispondo-se de 50 segmentos de raiz (1 cm) por planta e analisadas com auxilio de microscópio. A colonização radicular por FMAs nas espécies do SAF 1 na época de seca variou de 1,9 a 20,8%, para hifas e 0,6 a 15,2% para vesículas, houve pouca presença de arbúsculos e não foram encontrados esporos. A colonização radicular por FMAs de espécies do SAF 1 estação chuvosa variou de 2,4 a 32,4%, para hifas, 0,0 a 21,6% para vesículas e 0,0 a 22,8% para arbúsculos, havendo ausência de esporos. No SAF 2, na estação seca a colonização radicular por hifas foi de 19,2% para açaizeiros e de 14,4% para rambutãzeiros, a presença de vesículas variou entre 2,0% em goiabeiras e 10,0% em açaizeiros, a ocorrência de arbúsculos e esporos nas espécies foram baixas ou ausentes. E para a estação chuvosa a percentagem média de hifas variou entre 3,6 em açaizeiros e 28,4 em bananeiras. A presença de vesículas foi menor se comparada a estação de seca, rambutãnzeiros (1,6%) e em bananeiras (4,4%). No SAF 1 maior colonização por hifas e vesículas ocorreram nas chuvas enquanto que no SAF 2 o índice de colonização foi maior na estação de seca, isso deve-se ao fato das espécies utilizarem esta simbiose em períodos que apresentam maior deficiência de nutrientes, significando que as plantas estão na fase armazenamento de energia e captação de nutrientes