Resumo

A produção do tomateiro (Solanum lycopersicum L.) é limitada por problemas fitossanitários, com destaque, em regiões de clima quente e úmido, para Ralstonia solanacearum Smith., causadora da murcha bacteriana, cujo controle é difícil. O controle biológico vem se tornando uma medida de controle que merece atenção, podendo ser feito com o uso de microrganismos antagônicos. Entre eles, os rizóbios destacam-se pela produção de sideróforos e antibióticos. Esta pesquisa teve por objetivo avaliar in vitro dez isolados de rizóbios para o controle de R. solanacearum Smith. biovar I, II e III. Os isolados antagônicos cresceram em meio YMA por 4 dias, e em seguida foram transferidos para Erlenmeyer contendo meio líquido YM onde permaneceram por 3 dias sob agitação constante. Para extrair o extrato, alíquotas foram centrifugadas por 15 min. a 4.000 rpm. O patógeno cresceu em meio LPGA por 24 h. Logo após, colônias foram transferidas para Erlenmeyer com meio LPG, sendo mantidos em agitação constante por 24h. Amostras foram retiradas e padronizadas em câmara de Neubauer para 1x107 UFC. A atividade antagônica foi feita pelo método do disco de papel. Para cada isolado preparou-se duas placas com meio LPGA contendo o patógeno. Por placa foram depositados 5 discos de 5 mm de diâmetro embebidos com extrato antagônico. Os isolados foram avaliados após 24 h com paquímetro digital, aferindo o halo e classificando-os através do Índice de Inibição (I. In), que é a razão entre o diâmetro do halo de inibição (mm) pelo diâmetro da colônia (mm) de rizóbio, com baixa (I. In maior que 0 e menor que 1), média (I. In maior que 1 e menor que 2) e alta (I. In maior ou igual a 2) capacidade de causar inibição. Três isolados, INPA R674, INPA R665 e INPA R592 inibiram R. solanacearum biovar II, indicando a produção de metabólicos capazes de inibir o desenvolvimento in vitro do patógeno. Os mesmos foram classificados com baixa capacidade de causar inibição, por apresentarem I.In respectivamente de 0,43, 0,28 e 0,22. Isto pode estar provavelmente associado à qualidade e quantidade de substâncias antagônicas produzidas, insuficiente para inibir maior número de células bacterianas. Os mecanismos pelos quais esses rizóbios induzem o controle da biovar II ainda não estão elucidados, necessitando de estudos mais aprofundados. As biovares I e III de R. solanacearum não foram inibidas pelos isolados de rizóbios testados.