Resumo

Com o advento do tratamento para a tuberculose (TB), em 1950, a cultura das amostras tornou-se rotina e verificou-se que alguns dos casos aparentes de TB eram afinal devidos a micobactérias não tuberculosas (MNT). Tem-se verificado um aumento dramático na prevalência de infecções por micobactérias atípicas, desde então. O diagnóstico rápido e preciso de cada caso é necessário para um controle apropriado da doença. Isolamento, identificação e testes de suscetibilidade são procedimentos essenciais que devem ser realizados o mais rápido possível para que o tratamento adequado seja prescrito. Este trabalho tem como propósito avaliar a suscetibilidade de micobactérias de crescimento rápido (MCR) em relação à doxiciclina. O perfil de suscetibilidade ao antimicrobiano foi realizado com seis isolados clínicos, provenientes do Laboratório de Analises Clínicas do Hospital Universitário de Santa Maria, caracterizados como pertencentes ao grupo IV de Runyon. Estas foram testadas frente à doxiciclina em concentrações que variaram de 0,25 µg/mL a 32 µg/mL pelo método de microdiluição em caldo Mueller-Hinton. Os resultados - reportados em sensível, intermediário ou resistente - demonstraram que o antimicrobiano teve atividade satisfatória para quase totalidade de bactérias testadas. Apenas um dos isolados clínicos apresentou perfil intermediário ao fármaco e as demais espécimes demonstraram-se sensíveis. A doxiciclina é um dos medicamentos incluídos no painel primário de testes de suscetibilidade para este grupo de microrganismos. As infecções por MCR respondem de forma lenta, por isso devem ser tratados por um período de 4 a 6 meses. Nestes casos a realização de testes de suscetibilidade adquire uma ampla importância, visto que podem predizer precocemente o potencial patogênico e a sensibilidade aos antimicrobianos de cada isolado e esclarecer o significado clínico de cada espécie.