27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1850-1


Poster (Painel)
1850-1PREVALÊNCIA DE PORTADORES DE Neisseria meningitidis EM ESCOLARES DE 11 A 19 ANOS DE IDADE RESIDENTES EM CAMPINAS, SP, BRASIL.
Autores:Lemes-Marques, EG (IAL-CLR CAMPINAS - Instituto Adolfo Lutz - CLR Campinas) ; Lemos, APS (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Gorla, MCO (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Ferreira, CM (IAL-CLR CAMPINAS - Instituto Adolfo Lutz - CLR Campinas) ; Brandileone, MCC (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Sacchi, CT (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Silva, CN (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Oliveira, PL (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Carvalhanas, TRMP (CVE-SP - Centro de Vigilância Epidemiológica Prof Alexandre Vranjac) ; Bricks, LF (SANOFI PASTEUR - Sanofi Pasteur) ; Kemp, B (DEVISA-CAMPINAS - Secretaria Municipal de Saúde de Campinas) ; Ferreira, MC (DEVISA-CAMPINAS - Secretaria Municipal de Saúde de Campinas) ; Angerami, R (DEVISA-CAMPINAS - Secretaria Municipal de Saúde de Campinas) ; Freitas, A (DEVISA-CAMPINAS - Secretaria Municipal de Saúde de Campinas) ; Sáfadi, MAP (FCMSCSP - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de S. Paulo) ; Moraes, JC (FCMSCSP - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de S. Paulo)

Resumo

INTRODUÇÃO: Neisseria meningitidis (meningococo) é uma bactéria de distribuição global que acomete apenas o ser humano e habitualmente coloniza a mucosa do trato respiratório superior sem causar sintoma, fenômeno conhecido como estado de portador assintomático. A taxa de portadores de meningococo em uma população varia em função da idade, sendo maior na faixa etária de 15 a 24 anos. No Brasil, a doença meningocócica (DM) é considerada hiperendêmica; os coeficientes de incidência são os mais elevados do continente americano e as taxas de letalidade giram em torno de 20% podendo alcançar 40% nos casos de meningococcemia. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de portadores de N. meningitidis entre escolares adolescentes residentes em Campinas, considerando-se os poucos dados disponíveis sobre a taxa de portadores de meningococo na população brasileira. MÉTODOS: Foram coletadas amostras de orofaringe de 1208 alunos de 11 a 19 anos de idade (três subgrupos etários definidos: A (11-13 anos); B (14-16a) e C (17-19a), matriculados em 73 escolas públicas e privadas do município de Campinas, e residentes no município. A pesquisa e a caracterização de N. meningitidis foram realizadas por métodos fenotípicos e genotípicos. O efeito do comportamento social, assim como o da vacinação prévia contra o meningococo sorogrupo C também foram avaliados. RESULTADOS: Entre as 1208 amostras coletadas, 120 (9,9%) foram positivas para N. meningitidis e, dentre estas, 47 (39,17%) foram grupáveis. O sorogrupo C foi o mais frequente (1,3%), seguido pelos sorogrupos B (0,99%), Y (0,49%) e W135 (0,16%). O fenótipo C:23:P1.14-6 foi o mais frequentemente isolado. Houve maior prevalência de portadores na faixa etária de 17-19 anos (12%), e uma maior proporção destes também foi significativamente mais alta entre estudantes de escolas públicas, entre aqueles que compartilhavam dormitório com duas ou mais pessoas, ou que reportaram serem fumantes passivos. A vacinação prévia não interferiu nas taxas de colonização. CONCLUSÃO: Neste estudo as maiores taxas de portadores de N. meningitidis foram observadas nos adolescentes mais velhos (17-19 anos), com uma prevalência incomum do sorogrupo C. O comportamento social também foi associado com um risco maior para o estado de portador. Estes resultados poderão ter implicações importantes em futuras estratégias de vacinação no Brasil.