Resumo

As ostras são organismos amplamente extraídos e consumidos na região litorânea do estado da Bahia. Vários estudos têm sido realizados no monitoramento da inocuidade dos moluscos bivalves por se tratar de organismos filtradores. Dentre os bioindicadores usados os Enterococcus sp se destacam por se tratar de importantes patógenos oportunistas e associados a bacteremias, endocardites e infecções nosocomiais. Em virtude disso, há uma preocupação crescente com a ocorrência de cepas resistentes aos agentes antimicrobianos usualmente utilizados pela população. Este trabalho teve como objetivo determinar o perfil de suscetibilidade antimicrobiana de estirpes de Enterococcus sp. isolados em amostras de ostras. Para a determinação do perfil de suscetibilidade antimicrobiana, 14 isolados foram submetidos ao método de difusão em placas utilizando discos específicos dos seguintes antimicrobianos comerciais: ampicilina (30µg), ciprofloxacina (5µg), gentamicina (10µg), imipinem (10µg), nitrofurantoina (300µg), tetraciclina (30µg) e vancomicina (30µg). Todos os isolados foram sensíveis a ampicilina, ciprofloxacina e nitrofurantoina, 86% ao imipinem, tetraciclina e vancomicina, respectivamente 50% foram sensíveis a gentamicina e. Resistência intermediária foi observada em 80% dos isolados a vancomicina, 43% a gentamicina e 07% ao imipinem. Perfil de resistência foi verificado para os antimicrobianos imipinem e tetraciclina (14%) e a gentamicina e vancomicina (07%). Multirresistencia foi verificada em apenas 07% dos isolados para a gentamicina e o imipinem. As estirpes de Enterococcus sp. apesar de apresentaram baixo percentual de resistência antimicrobiana, sinalizaram elevada resistência intermediária a algumas drogas, sugerindo pressão seletiva no ambiente. Este fato é preocupante devido as ostras geralmente ser consumidas in natura, podendo levar os microrganismos a colonizarem os consumidores, bem como dificultar o tratamento terapêutico em casos de surtos alimentares.