27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1843-1


Poster (Painel)
1843-1TIPAGEM MOLECULAR DE Pseudomonas aeruginosa MULTIRRESISTENTES ISOLADAS DE DIFERENTES ESTADOS BRASILEIROS
Autores:Silveira, M.C. (IOC - FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz - Fundação Oswaldo Cruz) ; Carvalho-Assef, A.P.D. (IOC - FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz - Fundação Oswaldo Cruz)

Resumo

Pseudomonas aeruginosa é um microorganismo comumente associado a infecções hospitalares, frequentemente multirresistentes, sendo responsável por surtos em diversas partes do mundo. Estudos epidemiológicos, através de técnicas de tipagem molecular, que estabeleçam o grau de similaridade entre as amostras são fundamentais, pois permitem a caracterização de surtos, avaliação de possíveis fontes de transmissão e aquisição deste patógeno e também podem determinar a prevalência de grupos clonais dentro de uma população bacteriana, visando o monitoramento da emergência e disseminação de bactérias multirresistentes. Assim, o objetivo desse estudo foi realizar a tipagem molecular, através de PFGE e MLST, de 50 amostras multiresistentes de P. aeruginosa isoladas de 4 estados brasileiros (MG, RJ, ES e GO) no período de agosto de 2007 a novembro de 2010. Foram consideradas multirresistentes aquelas que apresentavam resistência à, no mínimo, três classes distintas de antibióticos. Através do PFGE encontramos 14 grupos clonais, sendo o grupo clonal A o mais prevalente no período estudado (36%) e encontrado em três estados, seguido pelo clone B (28%), encontrado apenas no estado do Rio de Janeiro. Para a análise pelo MLST foram selecionadas amostras representativas de cada grupo clonal e encontramos 9 sequence types (STs) diferentes. Observamos amostras de diferentes grupos clonais com o mesmo ST (clones C, D, E e M, com ST244; clones I, J e K, com ST1560). Todas as amostras pertencentes ao clone A foram tipadas por MLST, e todas pertenciam ao ST277, clone epidêmico produtor da metalo-beta-lactamase SPM-1 no Brasil. Dos 9 ST encontrados, 2 foram descritos pela primeira vez (ST1560 e ST1561) e os demais ST encontrados já foram reportados em diferentes países ao longo dos últimos anos. O clone B, segundo mais frequente em nosso estudo, pertencia ao ST244, encontrado em amostras brasileiras colistina-sensíveis e já relatado em todos os continentes. Esse estudo revela o perfil epidemiológico molecular de amostras brasileiras de P. aeruginosa multirresistentes, contribuindo para o monitoramento de cepas multirresistente no nosso país; além disso, observamos que, para P. aeruginosa, o PFGE foi mais discriminatório que o MLST, o que pode auxiliar outros grupos na escolha do método de tipagem molecular mais adequado para seus diferentes objetivos de estudo.