27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1828-2


Poster (Painel)
1828-2Efeito de nanopartículas de prata contra biofilmes fúngicos e bacterianos.
Autores:Dias, K.C. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Zamperine, C. A. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Mima, E. G. O. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Machado, A. L. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Wady, A. F. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; Zucolotto, V. (USP - Universidade de São Paulo) ; Vergani, C. E. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho")

Resumo

A utilização de agentes antimicrobianos no tratamento de infecções humanas tem sido, frequentemente, associada à resistência microbiana. Nesse contexto, nanopartículas de prata (AgNPs) tem sido extensivamente estudadas como uma alternativa para o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes concentrações de uma solução de AgNPs sobre biofilmes de Candida glabrata, Candida tropicalis e Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM). Uma solução de AgNPs (9 nm de diâmetro) foi sintetizada por redução química do nitrato de prata usando borohidreto de sódio como agente redutor. A atividade de diferentes concentrações (500 a 0,97 µg ml-1) dessa solução contra biofilmes (48 h) de C. glabrata (ATCC 2001), C. tropicalis(/i) (ATCC 4563) e SARM (ATCC 33591) foi avaliada em placas de 96 orifícios. Após 24 h de contato dos biofilmes com as diferentes concentrações da solução de AgNPs, a biomassa total foi determinada por coloração cristal violeta, em quadruplicata em 2 ocasiões distintas. Os resultados obtidos foram estatisticamente analisados por ANOVA e pós-teste de Tukey (p=0,05). Houve efeito significante das diferentes concentrações da solução de AgNPs contra biofilmes de C. tropicalis, exceto para concentração de 0,97 µg ml-1. Para biofilmes de C. glabrata, houve efeito antifúngico significante comparado ao controle (sem AgNPs) apenas na maior concentração de AgNPs (500 µg ml-1). Nenhum efeito antibacteriano da solução de AgNPs contra biofilme de MRSA foi observado. Recentemente, diferentes agentes antimicrobianos tem sido estudados na inativação de bactérias e fungos patogênicos. Nesse contexto, a prata é conhecida por sua propriedade antimicrobiana e, recentemente, tem sido avaliada sob forma de nanopartículas. A atividade das AgNPs contra biofilmes de C. glabrata e C. tropicalis pode estar relacionada à indução de danos estruturais por meio do contato direto das AgNPs com os microrganismos, ou danos na membrana celular por meio da criação de espécies de oxigênio reativas. Adicionalmente, a liberação de íons prata pode também interferir com a replicação do DNA e, ainda, inibir enzimas microbianas. Os resultados obtidos demonstraram que a solução de AgNPs apresenta propriedade antifúngica contra biofilmes de C. glabrata e C. tropicalis o que evidencia seu potencial para o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos.