27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1825-1


Poster (Painel)
1825-1Incidência de qnrB em cepas de Escherichia coli uropatogênicas resistentes ao ciprofloxacino
Autores:Capett, M.S. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Melchiades, V.A. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Bokehi, L.C. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Paula, G.R. (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Teixeira, L.A. (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo

Introdução O mecanismo de resistência a quinolonas ocorre principalmente devido a mutações nos genes das enzimas alvo: DNA girase e topoisomerase IV. Entretanto, há outros mecanismos envolvidos, como a atividade de efluxo, inativação enzimática e proteção do alvo por proteínas. As proteínas de resistência a fluoroquinolonas (Qnr) protegem a DNA girase da ação de quinolonas, contribuindo para a elevação dos níveis de resistência. Além disso, a presença de proteínas Qnr tem sido relacionada com a presença de plasmídeos transmissíveis associados a outros determinantes de resistência, principalmente a β-lactâmicos e aminoglicosídeos. Material e métodos Cento e quinze cepas de E. coli, sendo 77 resistentes e 38 sensíveis ao ciprofloxacino, isoladas de pacientes com ITU e câncer ginecológico foram analisadas quanto a presença de qnrB utilizando PCR. Adicionalmente, o grupo filogenético das cepas estudadas também foi determinado pela mesma técnica. Discussão A taxa de qnrB encontrada nas amostras analisadas foi de 24,7% entre as cepas resistentes e 13,2% entre as cepas sensíveis ao ciprofloxacino. Dentre as 115 cepas analisadas, 3 são produtoras de ESBL, resistentes ao ciprofloxacino, e não possuem qnrB. Este resultado difere de outros estudos que descrevem relação entre qnr e ESBL. Apesar do grupo filogenético B2 ter sido o mais prevalente nos dois grupos analisados (sensíveis e resistentes), o mesmo não foi observado quando se fez a análise da prevalência do qnr entre os diferentes grupos filogenéticos. Assim, foi observado que qnrB foi mais prevalente no grupo filogenético D tanto nas cepas sensíveis quanto resistentes (28,6% e 42,9%, respectivamente). Conclusão Há poucos estudos acerca de qnrB em cepas de E. coli uropatogênicas provenientes de pacientes com câncer ginecológico. A distribuição de qnrB em cepas resistentes ao ciprofloxacino nessa população foi de quase 25%, e para cepas sensíveis de aproximadamente 13%, frequência muito superior a relatada em outras regiões do mundo onde a resistência ao ciprofloxacino é elevada. O grupo filogenético D parece estar mais associado à presença de qnrB.