27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1821-1


Poster (Painel)
1821-1A UTILIZAÇÃO DE MICRO-ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS PARA AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE E ESTROGENICIDADE DO EXTRATO DE SERJANIA MARGINATA
Autores:Resende, F.A. (FCFAR UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, UNESP, Araraquara, SP) ; Weiss, M.B. (FCFAR UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, UNESP, Araraquara, SP) ; Nogueira, L.G. (FCFAR UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, UNESP, Araraquara, SP) ; Vieira, S.C.H. (IQ UNESP - Instituto de Química, UNESP, Araraquara, SP) ; Vilegas, W. (CLP UNESP - Campus do Litoral Paulista, Unidade São Vicente, UNESP, São) ; Varanda, E.A. (FCFAR UNESP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, UNESP, Araraquara, SP)

Resumo

Serjania marginata Casar. (Sapindaceae), conhecida como Timbó, é encontrada no bioma Cerrado e amplamente utilizada na medicina popular para o tratamento de dores gástricas. No entanto, existem poucos estudos dessa espécie na literatura. Considerando o seu uso popular, bem como o número limitado de estudos farmacológicos, o objetivo desse estudo foi avaliar a mutagenicidade e estrogenicidade do extrato etanólico (70%) de folhas de S. marginata. A mutagenicidade foi avaliada pelo teste de Ames de acordo com a metodologia de pré-incubação utilizando as linhagens TA98, TA100, TA97a e TA102 de Salmonella typhimurium, desenvolvidas para detectar mutações do tipo frameshift ou substituições de bases no DNA, em experimentos com e sem ativação metabólica (S9). Cinco diferentes concentrações foram testadas, variando de 20,0 a 2,5 mg/placa. Para avaliação da estrogenicidade, foi realizado o teste RYA (Recombinant Yeast Assay) com a cepa BY4741 de Saccharomyces cerevisiae (MATa ura3Δ0 leu2Δ0 his3Δ1 met15Δ0) geneticamente modificada, que expressa um gene sensor, o receptor de estrógeno humano, e um gene repórter; esta é uma versão simplificada do mecanismo pelo qual os estrógenos naturais operam em vertebrados. Os resultados obtidos neste estudo mostraram que o extrato etanólico (70%) das folhas de S. marginata não induziu um aumento estatisticamente significativo no número de revertentes comparado com o controle negativo em nenhuma das concentrações utilizadas tanto em experimentos com e sem ativação metabólica, demonstrando ausência de atividade mutagênica nas linhagens utilizadas. Além disso, o extrato de S. marginata não apresentou níveis detectáveis de ativação transcripcional dependente do receptor estrogênico pelo teste RYA. Dado que produtos naturais são promissoras fontes de novos agentes potencialmente terapêuticos, a ausência de atividade mutagênica e estrogênica do extrato de folhas de S. marginata é altamente relevante, uma vez que o equilíbrio entre os efeitos terapêuticos e os toxicológicos é um importante parâmetro na avaliação da aplicabilidade em relação ao potencial fitoterapêutico.