27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1819-2


Poster (Painel)
1819-2Avaliação de três esquemas de triagem de Streptococcus agalactiae (GBS) de gestantes atendidas num hospital escola da Grande Vitoria-ES.
Autores: Pessoa, J.N.B. (UFES - Universidade Federal do Espirito Santo) ; Araujo, M.T. (UFES - Universidade Federal do Espirito Santo) ; Klefer, F.S. (UFES - Universidade Federal do Espirito Santo) ; Trindade, C.R. (HSCMV - Hospital Escola Santa Casa de Misericórdia) ; Nunes, A.P.F. (UFES - Universidade Federal do Espirito Santo)

Resumo

Streptococcus agalactiae do grupo B (GBS) é o agente etiológico de importantes infecções sistêmicas como septicemia, pneumonia e meningite neonatal. Estima-se que cerca de 30% das mulheres grávidas sejam carreadoras do GBS e a colonização no final da gestação constitui o principal fator de risco para sua transmissão ao feto, particularmente, após a ruptura das membranas ou o início do trabalho de parto. Segundo as recomendações do CDC, a profilaxia intraparto deve ser aplicada com pelo menos uma evidência da presença do GBS seja pela realização de cultura ou utilização de métodos de amplificação de ácidos nucléicos como a técnica de PCR. No Brasil, são poucas as maternidades que utilizam da estratégia de triagem como critério de seleção para aplicação da antibioticoprofilaxia e por conta disso, não há dados em larga escala sobre a taxa de mulheres colonizadas por GBS. Além disso, não há um consenso sobre os meios de cultura que podem ser utilizados na triagem de GBS que se baseia no cultivo da secreção vaginal e retal, coletados com um mesmo swab, em um caldo de enriquecimento contendo antimicrobianos (seletivo) ou diferencial (cromogênico). Portanto, em vista de diferentes meios de cultura que geralmente são utilizados na rotina laboratorial, este trabalho teve por objetivo determinar a prevalência de GBS da secreção vaginal/retal entre 105 gestantes no ultimo trimestre de gravidez utilizando três esquemas de triagem: T1 - caldo GBS e agar sangue de carneiro (AS); T2 - Caldo GBS e chromID Strepto B e T3 - caldo Granada e AS. O T2 apresentou o melhor resultado com 14,28% (15/105) de gestantes com GBS, seguido pelo T1 (8,57% - 9/105) e T3 (6,66% - 7/105). Sete amostras de GBS não foram capazes de gerar um resultado positivo no caldo Granada em 48h (T3), enquanto 6 amostras não foram observadas no AS (T1). Cinco amostras inicialmente consideradas GBS pelo chromiID StreptoB foram bacitracina e sulfametoxazol-trimetropima sensíveis e CAMP negativas. Estes resultados indicam que a prevalência de GBS é muito variável de acordo com o esquema de triagem utilizado. Em relação ao T2 é necessária a realização de testes de identificação adicionais, pois outras espécies podem apresentar colônias com coloração similar ao do GBS. Devido ao alto percentual de amostras falso-negativas (46,67%) encontrada neste estudo, sugerimos que todas as amostras cultivadas no caldo Granada sejam subcultivadas em meio de cultura sólido.