Resumo

O crescimento da produção e o aumento da capacidade produtiva da soja e do feijão-caupi estão aliados aos avanços científicos e tecnológicos no setor produtivo. O ataque de patógenos a sementes de culturas leguminosas como soja e feijão-caupi pode ser considerado como uma das causas da redução na germinação e na produtividade. Mais de 90% das sementes comerciais destas leguminosas são tratadas com fungicidas, o que demanda, por parte da pesquisa, soluções alternativas, como o uso de bioprotetores e/ou bioestimulantes, como o fungo Trichoderma, no intuito de reduzir a utilização de pesticidas sintéticos, os riscos aos operadores e os possíveis prejuízos à inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio, assim como proporcionar o crescimento vegetal. Desta forma, o trabalho teve como objetivo avaliar a inoculação de Trichoderma na produtividade de grãos de soja e feijão-caupi. Foram realizados experimentos de campo no cerrado Tocantinense, sendo dois em Gurupi para o feijão-caupi e três na várzea em Lagoa da Confusão para a soja. Os experimentos foram em delineamento experimental de blocos ao acaso, correspondendo aos tratamentos com e sem inoculações de Trichoderma na semente e no solo. Foi utilizado o inoculante comercial Trichoplus JCO em pó composto por um mix de Trichoderma. Os resultados mostraram que o potencial de bioproteção e bioestimulante dos tratamentos com inoculação de Trichoplus foram de fundamental importância para a manutenção de estandes e produção de biomassa para as duas culturas. Consequentemente, houve aumento da produtividade com destaque para os tratamentos com Trichoderma na semente e Trichoderma na semente e no solo, superior (p<0,05) aos demais tratamentos. A produtividade nestes tratamentos, em todos os experimentos, foi aproximadamente 10% superior aos tratamentos sem inoculação de Trichoderma. Não houve competição e/ou antagonismo de Trichoderma em relação ao rizóbio inoculado. Estes resultados podem ser considerados positivos, pois demonstram que o Trichoplus apresenta-se como uma alternativa como bioprotetor e bioestimulante, uma vez que, ao colonizar o sistema radicular da planta, o fungo pode inibir a colonização por fitopatógenos, além de promover o crescimento da plântula, podendo ser em função da capacidade de solubilização de fosfato e produção de AIA, como observado em ensaios in vitro.