27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1817-1


Poster (Painel)
1817-1Efeito do diclofenaco de sódio sobre Candida albicans.
Autores:Silva, C.S. (UECE - Universisidade Estadual do Ceará) ; Soares Oliveira, R.C. (LAMIL - Laboratório de Microbiologia de LevedurasUFC - Universidade Federal do Ceará) ; Menezes, E.A. (LAMIL - Laboratório de Microbiologia de LevedurasUFC - Universidade Federal do Ceará) ; Coelho, J.R. (LACT - Laboratório de Análises Clínicas e ToxicológicasUFC - Universidade Federal do Ceará) ; Cunha, M.C.S.O (LAMIL - Laboratório de Microbiologia de LevedurasUFC - Universidade Federal do Ceará) ; Viana, G.A. (LACT - Laboratório de Análises Clínicas e ToxicológicasUFC - Universidade Federal do CearáUECE - Universisidade Estadual do Ceará) ; Cunha, F.A. (LAMIL - Laboratório de Microbiologia de LevedurasUFC - Universidade Federal do Ceará)

Resumo

Candida albicans tem sido isolada frequentemente de infecções superficiais e invasivas, constituindo 50-70&%; dos isolados de amostras clínicas e sendo responsável por 40-70&%; dos episódios de candidemia diagnosticados. A virulência de C. albicans, assim como de outras espécies de Candida, deve-se a existência de algumas propriedades inerentes às células, denominadas fatores de virulência, que estão envolvidos na transição da forma comensal para patogênica e facilitam sua colonização, invasão e sobrevivência em tecidos do hospedeiro durante a infecção. A formação de hifas em C. albicans, é promovida pela prostaglandina E2 (PGE2), desempenhando esta um importante papel na colonização fúngica. O diclofenaco de sódio (DS), um anti-inflamatório não esteróide, tem sua atividade anti-inflamatória mediada principalmente pela inibição da biossíntese de prostaglandinas. O objetivo desse estudo foi avaliar a ação do diclofenaco de sódio sobre o processo de formação de hifas e tubo germinativo de C. albicans. Foram utilizadas neste estudo 19 cepas de C. albicans pertencentes à coleção de leveduras do Laboratório de Microbiologia de Leveduras Universidade Federal do Ceará. As cepas foram semeadas duas vezes em ágar batata dextrose e incubadas a 25°C por um período de até 72 horas, para garantir a pureza e a viabilidade das leveduras, para a identificação foram realizados testes bioquímicos e moleculares. As concentrações finais de DS em soro foram: 2000 µg/mL, 1000 µg/mL, 500 µg/mL, 250 µg/mL. O controle da formação do tubo germinativo foi realizado com soro humano. Foram incubadas a 37ºC, durante 24 horas. As células foram analisadas ao microscópio óptico em objetiva de 40X, para a verificação da morfologia. Nos controles, as cepas de C. albicans apresentaram dimorfismo celular, crescendo sob a forma de leveduras com pseudohifas. Foram observadas células abundantes, aglomeradas, de crescimento exuberante, presença de tubo germinativo (que chega, em algumas células, a 3x o seu tamanho), muitas pseudohifas, hifas, processo de brotamento evidente, vacúolo central bem destacado, empurrando o núcleo para a periferia. Não observou-se alterações morfológicas nas cepas tratadas com DS 250 µg/mL em comparação as tratadas apenas como soro. DS 500 µg/mL inibiu em pequeno grau de formação de tubo germinativo e hifas, sendo também observadas algumas alterações morfológicas. Concentrações a partir de 1000 µg/mL de DS inibiram completamente a formação de tubo germinativo e hifas em C. albicans, mostrando também efeitos sobre o ciclo celular e o crescimento celular, evidenciando a importância das prostaglandinas, em especial a PGE2, na sinalização celular de C. albicans. O DS pode se tornar uma ferramenta importante no controle de infecções causadas por C. albicans.