27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1815-1


Poster (Painel)
1815-1PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE POR Cunninghamella phaeosphora UTILIZANDO MILHOCINA E ÓLEO DE SOJA PÓS-FRITURA
Autores:SOUZA, P.M. (UNICAP - Universidade Católica de PernanbucoNPCIAMB - NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS) ; FREITAS SILVA, M.C. (UFRR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMANPCIAMB - NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS) ; Amaral, N.S.A.A (UNICAP - Universidade Católica de PernanbucoNPCIAMB - NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS) ; Almeida, F.C.G. (UNICAP - Universidade Católica de PernanbucoNPCIAMB - NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS) ; Nascimento, A.E. (UNICAP - Universidade Católica de PernanbucoNPCIAMB - NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS) ; Campos-Takaki, G.M. (UNICAP - Universidade Católica de PernanbucoNPCIAMB - NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS)

Resumo

Os biossurfactantes podem ser obtidos por procedimentos relativamente simples como, por exemplo, processos fermentativos e podem apresentar estruturas químicas diversas. Como estrutura molecular eles possuem uma fração polar (mono, oligo ou polissacarídeo, ou proteínas) e uma fração apolar (ácido graxo hidroxilado e álcoois graxos que podem ser saturados ou insaturados). A seleção de substratos depende da escolha de um resíduo com certo balanço de nutrientes para crescimento e produção de biossurfactante. Muitos biossurfactantes têm sido produzidos a partir de substratos agroindustriais, renováveis e de baixo custo. Óleos vegetais, resíduos de destilaria de óleos, resíduos da indústria de laticínios (soro de leite), melaço de cana e glicerina têm sido citados na literatura. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de tensoativo produzido por Cunninghamella phaeosphora utilizando como meio de baixo custo, a milhocina (resíduo da indústria do beneficiamento do milho), e o óleo de soja pós-fritura. Os experimentos foram monitorados através de sucessivos planejamentos fatoriais do tipo - Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR 22), tendo como variável a redução da tensão superficial. Alíquotas (1mL) da suspensão de esporos contendo 107 esporangiósporos/mL foram inoculadas nos Erlenmeyers. As amostras foram agitada (150 rpm), por 120 horas, à 28°C. Os resultados demonstraram atividades tensoativas na condição 2 (4% de milhocina e 3% de óleo pós fritura) com redução da tensão superficial de 70mN/m para 39,6mN/m. A partir destes resultados foi realizado o Planejamento Fatorial II - DCCR 22 utilizando Cunninghamella phaeosphora, com menores concentrações de milhocina e maiores concentrações de óleo de soja pós-fritura com a finalidade de otimizar a produção do tensoativo, no período de 120 horas de cultivo, sob agitação. Os resultados obtidos demonstraram atividades tensoativas na condição 5 (5,4% de milhocina e 3% de óleo pós fritura) 31,8 mN/m e pH final de 7,14. Pesquisadores consideram como bons produtores de biossurfactante aqueles micro-organismos que reduzem a atividade superficial da água de 72 mN/m para 40 mN/m. Os substratos hidrofílicos são utilizados primeiramente pelo micro-organismo para o metabolismo celular e para a síntese da porção polar da molécula de biossurfactante, enquanto que os substratos hidrofóbicos são utilizados exclusivamente para a produção da porção hidrocarbônica do biossurfactante. Os resultados obtidos propõem a formulação de um meio alternativo e de baixo custo, tendo como base a milhocina, como também o reaproveitamento do óleo de soja pós-fritura para a produção de biossurfactante.