27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1810-1


Poster (Painel)
1810-1Implicações da utilização de parâmetros humanos na detecção do gene mecA em Staphylococcus spp. isolados de mastite bovina e seus impactos na predição da resistência aos beta-lactâmicos em ambientes de produção leiteira
Autores:Melo, D.A. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Soares, B.S. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Alencar, T.A. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Coelho, I.S. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Souza,M.M.S. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo

Staphylococcus aureus apresenta um alto nível de resistência antimicrobiana, especialmente aos beta-lactâmicos, favorecendo sua persistência no rebanho leiteiro. A detecção do gene mecA é considerada uma predição desta resistência, mas pesquisas revelam que sua detecção não desempenha um papel significativo em relação a isolados de estafilococos de origem bovina. Logo, o presente trabalho visou investigar a presença de um homólogo, mecALGA251 e comparar sequências de nucleotídeos do gene mecA de isolados de diferentes hospedeiros. Foram utilizados 38 S. aureus oriundos de leite (bovino), dois Staphylococcus coagulase-negativo (ECN) de mãos e narinas de ordenhadores, e dois isolados de S. sciuri e um S. lentus, oriundos de swab nasal de cavalos. A cepa padrão ATCC 43300 de origem humana foi utilizada como controle. A detecção fenotípica da resistência à meticilina foi realizada através das técnicas de ágar screen com oxacilina e difusão em disco simples com cefoxitina. A detecção dos genes do sistema regulatório mec e mecALGA251 foi realizada por PCR. Foram elaborados primers com base nas sequências do gene mecA de Staphylococcus spp. disponíveis no banco de dados do NCBI. Foram resistentes fenotipicamente à oxacilina 20 isolados de S. aureus e cinco de ECN, porém somente nos isolados de origem humana e de cavalo, o gene mecA foi detectado utilizando primers já descritos. Isolados de bovinos mecA-negativos também foram negativos para o gene mecALGA251 e para os genes mecRI e mecI. Foi possível a amplificação após utilização dos quatro primers desenhados (mecAantesF e R, mecAint1F e R, mecAint2F e R e mecAposF e R) nas amostras oriundas de ordenhadores e de cavalos, porém nos de origem bovina , apenas com o primer que amplifica a região interna do gene mecA (mecAint1F e R) foi encontrado resultado positivo. Com os primers baseados na seqüência do gene mecA de S. sciuri de vaca leiteira, foi possível a amplificação somente dos isolados de origem bovina. Através da comparação das sequências do gene mecA de diferentes origens, observou-se diferenças pontuais, porém, significativas nas regiões de anelamento de primers descritos na literatura, o que pode levar à falhas na detecção deste gene nos isolados bovinos. A sequência do gene mecA de Staphylococcus bovino apresenta diferenças significativas das de origem humana, equina, roedor, cão e gato, sendo necessário pesquisar regiões conservadas do gene mecA nos isolados bovinos que permitam sua real detecção.