Resumo

Introdução: Staphylococcus aureus é a bactéria mais comumente isolada de feridas crônicas, portanto, é preocupante o aumento do número de casos de infecção pelo Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Diante disso o objetivo deste estudo é identificar a prevalência de MRSA em feridas de pacientes atendidos em unidades de atenção primária do município de Botucatu. Materiais e Métodos: As amostras foram coletadas em dois períodos: março de 2010 à fevereiro de 2011 e maio de 2012 a abril de 2013. Foram incluídos nesse estudo todos os pacientes com feridas, de etiologias distintas e que realizasse os curativos em uma unidade de saúde da cidade. Foram excluídos aqueles pacientes com internação hospitalar ou que realizaram qualquer procedimento invasivo a menos de um ano. A coleta foi realizada por swab. Foi realizada a identificação da espécie S. aureus, identificação do gene mecA de resistência à meticilina por Reação em cadeia da Polimerase (PCR), determinação da concentração inibitória minima (CIM) por E-test para oxacilina e vancomicina, triagem para resistência a vancomicina, teste de disco difusão utilizando discos de oxacilina, cefoxitina, levofloxacina, gentamicina, eritromicina, clindamicina, penicilina e sulfametoxazol/trimetoprim. Também foi realizado a caracterização do tipo de cassete cromossômico (SCCmec) por PCR multiplex. Resultados Os pacientes caracterizaram-se, predominantemente, por idosos, aposentados, com baixa escolaridade, apresentando feridas crônicas. Foram coletadas 128 amostras de S. aureus de 71 pacientes, sendo que 84(49,2%) pacientes foram positivos para a espécie S. aureus. A prevalência de MRSA foi de 9,35% (16/171), sendo metade SCCmec tipo IV e a outra metade tipo II. A CIM50 foi de 0,38 mg/ml para oxacilina e de 1,5 mg/ml para vancomicina e a CIM90 foi de 24 mg/ml para oxacilina e 2 mg/ml para vancomicina. Não houve amostra com heteroresistência ou resistência a vancomicina pela triagem. O teste de disco difusão mostrou 90% de resistência à penicilina G, 13% à oxacilina, 11% à cefoxitina, 10% à gentamicina, 20% à eritromicina, 6% à clindamicina e 5% á levofloxacina. Não houve amostras resistentes ao sulfametoxazol/trimetoprim. Conclusão: Verificou-se a presença de MRSA em feridas de pacientes atendidos pela atenção primária à saúde do município de Botucatu.