27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1799-1


Poster (Painel)
1799-1Crescimento de fungos isolados de solo da Antártica contaminado com hidrocarbonetos em diferentes concentrações de óleo diesel.
Autores:Diniz, G.F.D. (UFSJ - Universidade Ferederal de São João del-Rei) ; Ferreira, M.C. (UFSJ - Universidade Ferederal de São João del-Rei) ; Cury, J.C. (UFSJ - Universidade Ferederal de São João del-Rei)

Resumo

Em 1986 o vazamento de um dos tanques que abastece a estação de pesquisa brasileira na Antártica (EACF - Estação Antártica Comandante Ferraz) causou a contaminação do solo da estação com óleo diesel. O objetivo desse trabalho foi avaliar o crescimento de dois fungos filamentosos (FA4 e FA6, ainda não caracterizados taxonomicamente) isolados do solo contaminado da EACF na presença de diferentes concentrações do óleo diesel. Discos de 5mm de diâmetro da colônia do fungo crescendo em meio de cultura SDA (Sabouraud Dextrose Agar) foram inoculados, em triplicata, em erlenmeyers contendo 50mL de SDB (Sabouraud Dextrose Broth) adicionado de óleo diesel comum nas concentrações de 0%, 2%, 5% e 10%. Os frascos foram mantidos a 15ºC e 100rpm por 21 dias. O crescimento dos fungos foi determinado pelo método de peso seco da biomassa microbiana após centrifugação por 40 min. a 3000rpm, sendo o pellet colocado em estufa a 70ºC e pesado a cada 48h até peso constante. Para a remoção do óleo aderido às hifas, que podem influenciar no peso, foram realizados posteriormente dois ciclos de lavagem e pesagem (como descrito anteriormente) dos pellets utilizando-se 1ml de detergente neutro e 10ml de água deionizada e agitação por 10 min. Para testar a diferença de crescimento entre os fungos e nas diferentes concentrações de óleo diesel, onde tipo de fungo e as diferentes concentrações foram as variáveis independentes e o peso a variável dependente, foi realizado o teste de Kruskal-Wallis, com um nível de significância de 5%. Os resultados apontam que o fungo FA6 cresceu mais que o fungo FA4 (H(1,24)=14,969; p<0,001), o que pode indicar que o fungo FA6 é mais tolerante ao óleo diesel presente no solo. Entretanto, considerando FA4 e FA6 nas diferentes concentrações de óleo, não houve diferença de crescimento para ambos os fungos (H(3,12)=7,114; p=0,068 e H(3,12)=7,307; p=0,062, respectivamente). Sendo assim, conclui-se que não houve inibição ou estímulo significativo do crescimento de cada fungo em nenhuma das concentrações de óleo diesel comparando-se com o controle (0%). Estes dados podem indicar que os fungos avaliados, apesar de tolerantes ao óleo diesel, não estão utilizando os seus hidrocarbonetos como fonte de Carbono e energia. Porém, como o estudo aqui apresentado foi feito em meio de cultura contendo fonte de C, a capacidade ou não de utilização dos hidrocarbonetos por estes e outros fungos isolados do solo contaminado da EACF será testada em outros experimentos.