27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1778-1


Poster (Painel)
1778-1Resistência de Pseudomonas aeruginosa, isoladas em amostras veterinárias da Grande São Paulo, aos antipseudomônicos.
Autores:Siqueira, M.O. (DOGNOSTIC - Unidade Veterinária Especializada DognosticUMC - Universidade de Mogi das Cruzes) ; Barguena, R.O. (DOGNOSTIC - Unidade Veterinária Especializada Dognostic) ; Larsson Jr, C. E. (HOVET-USP - Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e) ; Fialkowski, F. (DOGNOSTIC - Unidade Veterinária Especializada Dognostic) ; Tanaka, C. K. (DOGNOSTIC - Unidade Veterinária Especializada Dognostic) ; Megale, L. A. (DOGNOSTIC - Unidade Veterinária Especializada Dognostic) ; Henriques, D. A (DOGNOSTIC - Unidade Veterinária Especializada DognosticUMC - Universidade de Mogi das Cruzes)

Resumo

A Pseudomonas aeruginosa é um importante agente etiológico de otites em cães e, ultimamente, alguns trabalhos têm relatado o envolvimento da P. aeruginosa nas infecções cutânes. A P. aeruginosa é conhecida como o protótipo do patógeno oportunista. Além da gama de fatores de virulência, que lhe permite adaptação à diferentes condições ambientais, a resistência intrínsica e adquirida à muitos antimicrobianos e desinfetantes, reveladas por muitas cepas resistentes e multidrogas resistentes, aumenta a preocupação frente a esta bactéria, pois, a consequência direta se apresenta em contínuos fracassos terapêuticos e complicações dos quadros clínicos, podendo resultar em óbito do animal. O presente estudo teve como objetivos avaliar a resistência das cepas de P. aeruginosa, isoladas em diferentes tipos de amostras, aos fármacos antipseudomônicos, além de avaliar a presença do fenótipo de resistência nas populações de P. aeruginosa anteriormente ao uso, em larga escala, dos antipseudomônicos já utilizados na medicina humana. Durante um ano, amostras, recebidas de clínicas veterinárias da Grande São Paulo foram semeadas e, após isolamento, procedeu-se à identificação e separação de 72 linhagens de P. aeruginosa. Em seguida, realizou-se o antibiograma, utilizando antimicrobianos antipseudomônicos. Os resultados demonstraram que a P. aeruginosa foi isolada, principalmente, em amostras de cães com mais de oito anos de idade (55%). As amostras provenientes de otites somaram 68% do total, e cães de raças com pavilhões auriculares pendulares foram os mais acometidos. A incidência da P. aeruginosa em monoculturas foi inferior (31%), quando comparada ao isolamento em culturas mistas. A associação mais comum foi entre P. aeruginosa e cocos gram positivos (34%). Em relação aos antimicrobianos antipseudomônicos testados, não houve registro de resistência à ceftazidima, à piperacilina+tazobactam, ao meropenem e a polimixina B. Resistência ao aztreonam (3%) e ao imipenem (1,5%) foram detectadas. Os maiores valores foram observados no grupo dos aminoglicosídeos (8%) e das quinolonas (4%), medicamentos utilizados na terapêutica. O trabalho demonstra que a sensibilidade da P. aeruginosa aos antipseudomônicos foi superior a 90%, entretanto, relata a existência de linhagens resistentes circulantes nessas populações, anteriormente ao uso dos medicamentos na rotina veterinária.