27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1773-1


Poster (Painel)
1773-1CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE UMA BETA-GLICOSIDASE PRODUZIDA POR STREPTOMYCES SP.
Autores:Vilela E D (UFG - UNIVERSIDADE FEDERAK DE GOIÁS) ; Jesuino RSA (UFG - UNIVERSIDADE FEDERAK DE GOIÁS) ; Bataus LAM (UFG - UNIVERSIDADE FEDERAK DE GOIÁS)

Resumo

Beta-glicosidases são enzimas que participam do complexo celulolítico. Elas participam da última etapa da hidrólise da celulose, clivando celobiose em resíduos de glicose. Em geral essa etapa representa o gargalo do processo de hidrólise, devido à baixa produção dessa enzima nos extratos celulolíticos. As beta-glicosidases mais estudadas são as produzidas por fungos. Algumas bactérias também produzem essas enzimas, dentre elas as pertencentes ao gênero Streptomyces. Na literatura científica são encontrados poucos artigos estudando a produção e caracterização de beta-glicosidases por Streptomyces. Nesse trabalho foi estudada a produção de beta-glicosidase extracelular utilizando diferentes fontes de fontes de carbono. A produção de celulases foi analisada por fermentação submersa em meio mínimo contendo farelo de milho, farelo de arroz e farelo de trigo como fonte de carbono e extrato de levedura como fonte de nitrogênio. Os resultados demonstraram que o farelo de trigo foi o melhor indutor de celulases. A atividade de beta-glicosidase foi verificada por cromatografia de camada delgada (CDC) do produto de digestão de celobiose pelo extrato celulolítico do sexto dia de incubação. A metodologia de superfície de resposta foi utilizada para determinar as concentrações de farelo de trigo e de extrato de levedura para aumentar a produção de beta-glicosidase. O Streptomyces sp. foi cultivado em meio contendo diferentes concentrações de farelo de trigo (0,25 a 75%) e extrato de levedura (0,1 a 0,3%). A maior atividade foi obtida com 0,75% de farelo de trigo e 0,1% de extrato de levedura. As condições sugeridas pela metodologia de superfície de resposta (FT 0,75%, EL 0,1%) foram utilizadas para avaliar a influência do tempo de cultivo sobre a produção da enzima. A produção foi acompanhada por até 12 dias de cultivo. A maior atividade foi obtida no 9°dia de cultivo. A influência do pH (3,0 – 10,0), temperatura (40 a 80°C) e de íons metálicos foram avaliadas. A maior atividade foi obtida em pH 4.5 e temperatura de 60-65°C. Os íons metálicos Ba+2, Ca+2 e K+1 resultaram na indução da atividade. Os íons Mn+2, NH4 e o EDTA resultaram na inibição total da enzima. A termoestabilidade foi avaliada por pré-incubação a 60 e 65°C. Houve aumento da atividade nos primeiros 120 minutos, após 210 minutos foram mantidos 50% da atividade inicial. Os resultados mostram que a enzima produzida por esse microrganismo tem potencial para ser utilizada em processos biotecnológicos.