27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1765-1


Poster (Painel)
1765-1Produção de celulases e xilanases por fungos termofílicos isolados a partir de pilhas de compostagem de planta de tratamento de resíduos orgânicos urbanos
Autores:CHIEROTTI, M.C.M. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; MORETTI, M.M.S. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") ; GOMES, E. (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho")

Resumo

A diversidade e sucessão dos fungos durante o processo da compostagem, mediadas pela temperatura, é imprescindível para que se entenda como esses microrganismos degradam todo o composto, tornando-o inerte. Além disso, a fisiologia desses organismos pode vir a ser de interesse biotecnológico e econômico. Na primeira etapa deste trabalho foi estudada a diversidade de fungos durante o ciclo da compostagem em aterros sanitários, e o objetivo do presente trabalho é apresentar a quantificação a produção de celulases e xilanases a partir das linhagens termofílicas isoladas. Foram coletados 20 g de amostras de compostagem em sacos de polipropileno estéreis. Ao todo foram realizadas quatro coletas, uma por mês em pilha de compostagem da empresa Constroeste Construtora e Participações LTDA de São José do Rio Preto. A análise foi feita em apenas uma leira. No laboratório as amostras foram homogeneizadas e, em seguida, sub-amostras de 5 g foram pré-cultivadas em frasco Erlenmeyers de 500 mL contendo 200 mL de meio mínimo com sais minerais, antibiótico - 2,0%, e pH ajustado para 5,0, as amostras foram incubadas a 30 e 50°C sob agitação de 100 rpm. Os inóculos foram realizados após 2 h e 96 h de agitação por diluições em série (10-2). Alíquotas de 0,1 mL foram retiradas das diluições e inoculadas na superfície do mesmo meio de cultura contendo 2,5% de Agar, em placas de Petri. Ao todo, foram isolados 36 fungos: 11 termofílicos e 25 mesofílicos. Após o isolamento, cada cepa foi submetida ao processo de Fermentação em Estado Sólido, onde 20 mL de solução nutriente acrescido de suspensão de esporos ou micelial foram inoculados em saquinhos de polipropileno (12 x 20 cm) com 5 g de mistura de bagaço de cana-de-açúcar e farelo de trigo (1:1), além de aeração proporcionada por um arame em espiral e vedada por rolha de algodão e gaze. Após 48, 96 e 120 horas foram retiradas da incubadora 2 amostras da fermentação (experimento realizado com duplicata), homogeneizadas, filtradas e centrifugadas. O extrato enzimático bruto foi utilizado nos ensaios. Os experimentos enzimáticos testando endoglucanase, xilanase e β-glicosidase foram realizados com todos os fungos. Em geral, a xilanase é a enzima que possui maior produção dentre as três citadas, com destaque para Thermomyces sp (C.P.50.2.1) com 128 U/mL e Thermomyces sp (C.S.50.2.3) com 51 U/mL. Em relação a endoglucanase os destaques foram: C.P.50.2.1’ com 5 U/mL e C.S.50.2.1 com 3 U/mL. E, no que diz respeito a produção de β-glicosidase, a linhagem que mostrou melhor desenvoltura foi Thermomyces sp (C.S.50.2.3) com 0,174 U/mL e Rhizomucor sp (C.P.50.1.1) com 0,142 U/mL. Os dados resultantes do presente trabalho mostram uma boa produção de enzimas despolimerizantes e somado ao interesse industrial em enzimas microbiológicas termoestáveis pretende-se o aprofundamento da produção dessas enzimas variando condições físico-químicas da fermentação em estado sólido.