27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1758-1


Poster (Painel)
1758-1INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO SOBRE A ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS LIQUÊNICOS
Autores:RIBEIRO, S.M. (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; SILVA, R.M. (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; PEREIRA, D.F. (UFAC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE)

Resumo

A influência de fatores ambientais sobre o metabolismo dos liquens, afetando a síntese de substâncias com propriedade antibiótica já é conhecida, porém estudos sobre os fatores que possam afetar a viabilidade de extratos liquênicos armazenados em laboratório são escassos. O presente trabalho teve por objetivo comparar a atividade antimicrobiana de extratos de Cladonia substellata e Cladonia crispatulla mantidos em laboratório por diferentes períodos de armazenamento. Os extratos foram obtidos seguindo a série eluotrópica dos solventes éter, clorofórmio e acetona, evaporados à temperatura ambiente e mantidos nesta condição, ao abrigo da luz, por trinta dias. Após este período, a atividade antimicrobiana dos extratos foi avaliada através do teste de difusão em meio sólido contra Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Mycobacterium phley. Em seguida, os extratos foram armazenados em geladeira, à temperatura de 60 ± 30C, na ausência de luminosidade, durante 1 (um) ano. Ao final deste período, os testes antimicrobianos foram repetidos contra os mesmos micro-organismos. Em seguida, os extratos liquênicos foram novamente armazenados, nas mesmas condições, por mais 1 (um) ano, sendo então submetidas a novos testes antimicrobianos. Os resultados demonstraram que os extratos etéreo e clorofórmico de ambas as espécies foram ativos contra todos os micro-organismos testados, e que não houve redução significativa no potencial antimicrobiano desses extratos, mesmo após dois anos de armazenamento nas condições deste experimento. Os micro-organismos inicialmente testados continuaram sensíveis à ação dos extratos etéreo e clorofórmico, bem como mantiveram sua resistência à ação do extrato acetônico, independente dos períodos de armazenamento dos mesmos. B. subtilis mostrou-se o micro-organismo mais sensível, sendo inibido, principalmente, pelo extrato etéreo de ambas as espécies, com halos de inibição de 19 mm de diâmetro, que foram mantidos nos períodos posteriormente testados. Conclui-se com isto que o tempo de armazenamento dos extratos aqui avaliados não interfere na sua capacidade de inibir o desenvolvimento de micro-organismos patogênicos.