Resumo

O número de animais de companhia tem aumentado substancialmente na sociedade moderna. A proximidade com estes animais traz inegáveis benefícios ao homem, porém implica também em riscos à saúde, representados principalmente pelas zoonoses. Vários estudos sugerem a possibilidade de troca de organismos resistentes e/ou de seus genes entre animais e seres humanos, tendo em vista que diversos tipos de zoonoses produzidas por bactérias são transmitidas pelos animais de estimação. A literatura científica que aborda o papel do gato doméstico como possível transmissor de zoonoses é ainda bastante restrita e, considerando a natureza da relação dos homens com seus animais de companhia e das implicações desse relacionamento. Objetivou-se verificar a frequência de bactérias das unhas de gatos com potencial infeccioso em seres humanos. A amostra foi composta por 50 gatos procedentes de diversas localidades e com diferentes tipos de criação, submetidos à castração no município de Maceió – AL. Após a castração, com os animais ainda anestesiados foi efetuada a coleta por meio de exposição total da unha de cada membro torácico. Realizou-se uma impressão de cada membro em uma placa de Petri contendo agar base enriquecido com sangue de ovino a 10%. As amostras colhidas foram transportadas em caixas isotérmicas sob refrigeração para o Laboratório de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Alagoas. Para o crescimento bacteriano, as placas foram incubadas a 37ºC por até 48 horas. O crescimento bacteriano foi analisado por meio das características macroscópicas das colônias e características microscópicas morfotintoriais por meio de esfregaços corados pelo método de Gram. Após a análise microbiológica das amostras, identificou-se 179 bactérias das unhas de gatos. O microrganismo mais frequente foi o Staphylococcus sp 35,20% (63/179), seguido de Bacillus sp 30,16% (54/179) e Micrococcus sp 15,08% (27/179). As bactérias que apresentaram menor frequência foram o Bastonete gram – 12,30% (22/179), Streptococcus sp 3,35% (6/179), Diplococcus sp 3,35% (6/179), e Enterococcus sp 0,56% (1/179). Os agentes identificados nas unhas de gatos neste estudo representam um risco infectocontagioso para a ocorrência de doenças em animais e humanos, devido à presença de bactérias com elevada virulência.