27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1737-1


Poster (Painel)
1737-1Obtenção e avaliação de mutantes de Acidithiobacillus ferrooxidans quanto à capacidade de oxidação de ferro e enxofre.
Autores:COSTA, M. A. (UNESP IQ/CAR - Instituto de Química-UNESP/Araraquara) ; SANTOS, A. L. A. (UNESP IQ/CAR - Instituto de Química-UNESP/Araraquara) ; BEVILAQUA, D. (UNESP IQ/CAR - Instituto de Química-UNESP/Araraquara)

Resumo

Com o advento dos bens de consumos industrializados, tornou-se maior a demanda de compostos minerais, sendo o cobre um dos metais mais utilizados para a produção de componentes tecnológicos, o que confronta a atual capacidade das mineradoras, uma vez que suas jazidas se encontram cada vez mais com minérios de menor teor. Portanto, a Biohidrometalurgia, processo biotecnológico que utiliza micro-organismos para aumentar a dissolução de minérios, especialmente minério sulfetados tornando-os mais favoráveis à extração do metal de interesse, apresenta-se como alternativa promissora e mais ambientalmente aceita para a recuperação de metais a partir de minérios de baixo teor. A maior parte do cobre presente na natureza se encontra na forma de calcopirita, mas esse sulfeto mineral é altamente refratário ao ataque químico e biológico. Atualmente não existe nenhum processo Biohidrometalúrgico comercial em operação para a extração do cobre da calcopirita. A partir de uma das principais bactérias envolvida neste processo e a mais estudada, Acidithiobacillus ferrooxidans, foi utilizada a linhagem selvagem LR submetida a técnica de genética clássica (radiação ultravioleta) para selecionar possíveis mutantes nos seguintes tempos: 0, 10, 15, 30, 60, 120, 300, 600, 1800 e 7200 segundos. A pressão seletiva exercida pela UV possibilitou a obtenção de mutantes para todos os tempos, e que foram avaliados quanto à capacidade de produzir ácido sulfúrico na presença de enxofre elementar como substrato e quanto à cinética de oxidação dos íons ferrosos. Quanto a capacidade de produzir ácido por essas bactérias, após 28 dias, verificou-se que uma das culturas mutantes se sobressaiu de forma significativa perante a linhagem selvagem e as outras possíveis mutantes, alcançando um pH de 0,94. Em relação a produção do íon férrico (produto da oxidação do íon ferroso), a taxa entre as culturas mutantes variou de 7,962 a 3,020 mmol L-1 h-1, enquanto a linhagem selvagem em média produziu a uma velocidade de 5,957 mmol L-1 h-1, gerando 9 possíveis mutantes mais eficientes. Os diferentes perfis revelaram diferenças entre os tempos irradiados comprovando a capacidade aleatória da mutação e melhora na eficiência para alguma das células sobreviventes a radiação.