27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1735-1


Poster (Painel)
1735-1Diversidade genética de Enterococcus faecium resistente à vancomicina isolados de pacientes internados em um Hospital Univeristário
Autores:Passadore, L.F. (HU-USP - Hospital Universitário - USP) ; Santos, S.R. (HU-USP - Hospital Universitário - USP) ; Cassettari, V. (HU-USP - Hospital Universitário - USP) ; Martinez, M.B. (HU-USP - Hospital Universitário - USPFCF-USP - Faculdade de Ciências Farmacêuticas - USP)

Resumo

Enterococos fazem parte da microbiota intestinal de humanos e animais saudáveis, estão presentes no meio ambiente, e são intrinsicamente resistentes a vários antimicrobianos. A sua capacidade de adquirir resistência a outros antibióticos como aminoglicosídeos, beta-lactâmicos e glicopeptídeos, associados com determinantes de virulência, resulta em infecções humanas invasivas extremamente difíceis de serem tratadas. Cepas de enterococo resistentes à vancomicina (VRE) são responsáveis por surtos mundiais de infecções hospitalares. Um dos genes responsáveis pela resistência à vancomicina é o gene vanA, que já foi encontrado em S. aureus. Nos últimos anos, foi possível observar aumento das infecções nosocomiais por E. faecium em relação a E. faecalis. Este dado é importante, pois as cepas de E. faecium apresentam maior resistência a antimicrobianos. Em nosso hospital o primeiro surto de colonização por cepas de E. faecium resistente a vancomicina foi detectado apenas em abril de 2012. O objetivo desse estudo foi fazer a análise da diversidade genética dessas amostras bacterianas, isoladas em nosso serviço. As cepas de E. faecium (44) foram isoladas no laboratório de microbiologia do HU-USP, no período de abril de 2012 a maio de 2013. As cepas foram isoladas em ágar sangue de carneiro a 5% e incubadas a 35 ± 1 °C em atmosfera de 5% de Co2. A identificação foi realizada pelo método automatizado com o equipamento Vitek 2 da Biomérieux®. O perfil de sensibilidade foi realizado pelo método de disco-difusão segundo o protocolo do CLSI. A análise clonal foi realizada por PFGE utilizando-se a enzima de restrição SmaI. Os padrões das bandas foram inicialmente analisados utilizando-se o programa Bionumerics. Os isolados foram considerados epidemiologicamente relacionados se apresentaram similaridade igual ou superior a 80%. Foram isoladas cepas de VRE de 44 pacientes. Foi possível detectar entre as 44 cepas estudadas 34 perfis distribuídos em cinco clusters com 14 clones de E. faecium circulando no HU. O clone A foi predominante com 19 cepas disseminadas nas clínicas Médica (12), UTI Semi-intensiva (3), UTIA (2) e no Pronto Socorro (2). A caracterização dos genes de resistência está sendo realizada nos diferentes clones. É importante salientar que o trabalho de vigilância realizado pela CCIH e o laboratório de microbiologia do HU-USP faz com que esse microrganismo não seja um problema disseminado, uma vez que 64% das cepas isoladas estavam apenas colonizando.