27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1732-1


Poster (Painel)
1732-1“Formação de biofilme em cepas de Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) típica e atípica isoladas de crianças com gastroenterite aguda na região de Porto Velho/RO”
Autores:RODRIGUES, R.S. (CEPEM - Centro de Pesquisa em Medicina Tropical) ; LIMA, N.C. (FIOCRUZ RONDÔNIA - Fundação Oswaldo Cruz Rondônia) ; MATOS, N.B. (FIOCRUZ RONDÔNIA - Fundação Oswaldo Cruz Rondônia)

Resumo

A formação de biofilme é uma estratégia de sobrevivência microbiana importante, pois permite que as bactérias sobrevivam em ambientes hostis e possam colonizar novos nichos por vários mecanismos de dispersão. Alguns estudos têm demonstrado que Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) tem a habilidade de formar biofilme in vitro, porém o mecanismo desta ação não está totalmente estabelecido. O objetivo deste estudo foi detectar a capacidade de formação de biofilme em cepas de Escherichia coli enteropatogênica típicas e atípicas isoladas de crianças com gastroenterite aguda em Porto Velho/RO. Utilizamos neste estudo um total de 117 isolados de EPEC, destes 15 pertenciam a EPEC típica e 102 EPEC atípica. Tais amostras foram isoladas de crianças de 0 a 6 anos de idade, admitidas no Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD) com quadro clínico de gastroenterite aguda, no período de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2012. Para a formação do biofilme as amostras foram submetidas ao teste de detecção de biofilme por espectrofotometria. Após coloração com cristal violeta, a leitura foi realizada em espectrofotômetro a um comprimento de onda de 640nm. Através dos valores de absorbância obtidos, as amostras foram classificadas em: não aderente (NA), fracamente aderente (FCA) ou fortemente aderente (FMA). Dos 117 isolados testados 16 (13,68%) foram considerados fortemente aderentes, 15 (12,82%) fracamente aderente e 86 (73,5%) não aderentes. Nos isolados de EPEC típica, 2 (13,3%) foram considerados FMA, 2 (13,3%) FCA e 11 (73,4%) NA. Quanto aos isolados de EPEC atípica, 14 (13,7%) foram FMA, 13 (12,7%) FCA e 75 (73,5%) NA. Estes resultados demonstram a existência de cepas formadoras de biofilme nas amostras estudadas, fato que é preocupante, uma vez que esta propriedade é um fator de virulência adicional e um mecanismo de resistência natural da bactéria, tornando-as mais resistentes a ação de agentes químicos e físicos. Além disso, a matriz exopolissacarídica formada no biofilme impede a penetração de agentes antimicrobianos, dificultando a destruição das bactérias e estando relacionada a persistência bacteriana em casos de infecção.