27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1719-2


Poster (Painel)
1719-2Análise do perfil de multirresistência e da produção de biossurfactante de cêpas de Staphylococcus haemolyticus coletadas em um hospital do Rio de Janeiro
Autores:Santos-Gandelman, J.F. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Barros, E.M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Araujo, A.V. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Giambiagi-deMarval, M. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Introdução: O Staphylococcus haemolyticus é reconhecido como importante patógeno em doenças humanas apresentando alto nível de multirresistência, ressaltando o elevado índice de estirpes resistentes à meticilina. Um importante fator de virulência dessa espécie é atribuído a sua habilidade de formar biofilme. A produção de biossurfactante e a atividade hemolítica têm sido apontados como fatores de virulência importantes em alguns patógenos, a exemplo dos ramnolipídios produzidos por cêpas de Pseudomonas aeruginosa. Essas substâncias parecem estar envolvidas nos processos de colonização e infecção, bem como na formação de biofilme. Entretanto, não existem relatos na literatura sobre a produção de biossurfactante relacionados a Staphylococcus haemolyticus. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo a análise do perfil de multirresistência e da produção de biossurfactante de 62 cêpas de Staphylococcus haemolyticus obtidas de um hospital do Rio de Janeiro, entre 2006 e 2008. Materiais e métodos: As 62 cêpas de S. haemolyticus foram submetidas, inicialmente, ao teste de susceptibilidade a antimicrobianos através do método de difusão a partir de disco. Em seguida, as cêpas foram analisadas quanto à produção de biossurfactante por meio do teste de hidrofobicidade celular com n-hexadecano e pelo ensaio de colapso da gota. Resultados e Discussão: Das 62 cêpas testadas frente a 14 diferentes antimicrobianos, 80% demonstraram ser multirresistentes, das quais 89% apresentaram resistência à cefoxitina e à oxacilina. Em relação à produção de biossurfactante, 13 (21%) cêpas foram analisadas até o presente momento e destas, 10 demonstraram ser produtoras de biossurfactante e 8 foram positivas no teste de colapso da gota. Observa-se através desses resultados o alto índice de cêpas de S. haemolyticus multirresistentes, as quais podem atuar como reservatório de genes de resistência para outras cêpas ou espécies de estafilococos. Além disto, a observação de cêpas produtoras de biossurfactantes sinaliza a existência de outros mecanismos que podem estar envolvidos no processo de adesão e infecção desse patógeno. Conclusões: Uma vez todas as cêpas tendo sido analisadas, ensaios de mutagênese serão realizados para melhor entendimento se a produção de agentes tensoativos pode atuar como favorecedora da colonização e invasão por esse patógeno. O estudo dos biossurfactantes em S. haemolyticus parece promissor e pode vir a elucidar mecanismos de sua patogênese ainda não descritos na literatura.