27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1696-1


Poster (Painel)
1696-1Avaliação da viabilidade de Acanthamoeba castellanii e Fusarium solani após cocultivo
Autores:Nunes, T.E.T. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SulPPGMAA - PPG Microbiologia Agrícola e do Ambiente) ; Brazil, N.T. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Fuentefria, A. M. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SulPPGMAA - PPG Microbiologia Agrícola e do Ambiente) ; Rott, M.B. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SulPPGMAA - PPG Microbiologia Agrícola e do Ambiente)

Resumo

Dentre as amebas de vida livre (AVL), o gênero Acanthamoeba tem crescido em importância devido à capacidade de atuar como hospedeiro/reservatório de bactérias, patogênicas e não patogênicas, podendo potencializar a virulência dessas bactérias em hospedeiros suscetíveis e a sua própria. Porém, ainda não existem dados a respeito das interações entre AVL e fungos filamentosos. Assim, torna-se relevante a investigação da interação entre Acanthamoeba castellanii e Fusarium solani, visto que ambos são importantes agentes etiológicos de ceratite infecciosa e têm sido implicados em surtos dessa doença, principalmente em usuários de lentes de contato. Para a realização do cocultivo foram inoculados trofozoítos de duas cepas ambiental e clínica (respectivamente ATCC30010 e ATCC50492) de A. castellanii, (1x105mL-1) e esporos de uma cepa clínica (Programa Nacional de Controle de Qualidade) de F. solani (0,2x105mL-1) em tampão fosfato salino (PBS) em microplaca de 96 poços e incubados a 30°C por até 96h. Como controle, A. castellanii e F. solani foram mantidos em poços separados. A cada intervalo de tempo a viabilidade da ameba foi determinada através da contagem em câmara de Fuchs-Rosenthal usando o corante de exclusão azul de tripano. A viabilidade fúngica foi verificada através da contagem das unidades formadoras de colônia (UFC) sendo as amebas lisadas para liberação de esporos internalizados. O lisado resultante foi diluído serialmente, inoculado em ágar Sabouraud e incubado a 30°C por 48h para a quantificação das UFCs. Os resultados foram avaliados através da análise de variância e as médias comparadas usando teste de Tukey, considerando-se estatisticamente significativo p<0,05. Os resultados demonstraram que a viabilidade de A. castellanii diminuiu ao longo do período de incubação, tanto isoladamente, quanto na presença do fungo. Entretanto, observou-se um pequeno aumento na sobrevida da ameba de origem ambiental quando incubada com F. solani em 72h de cocultivo. A presença de A. castellanii induz uma super esporulação de F. solani após 72h de cocultivo, quando comparado ao crescimento fúngico sem a ameba. Esse efeito é ainda mais pronunciado na presença da ameba de origem ambiental. Outros trabalhos já reportaram que A. castellanii aumenta o crescimento de alguns micro-organismos, porém este é o primeiro trabalho que fornece subsídios de que essa ameba também pode favorecer o crescimento de fungos filamentosos.