Resumo

A tuberculose é um importante problema de saúde pública no Brasil e exige o desenvolvimento de estratégias para o seu controle. No Brasil a tuberculose multidroga resistente (MDR) é definida como qualquer forma clínica da doença na qual é detectada a resistência “in vitro” à rifampicina e isoniazida. O principal fator implicada na resistência do Mycobacterium tuberculosis aos quimioterápicos é a existência de mutações nos genes alvos das drogas. A resistência do M. tuberculosis aos antimicrobianos em uso clínico é uma situação preocupante, uma vez que a doença é altamente contagiosa e a disponibilidade terapêutica é reduzida. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o perfil de susceptibilidade do M. tuberculosis isolados de pacientes no Programa de Controle da Tuberculose de Ilhéus (PCTI) na Bahia. Durante o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2012 foram encaminhados 263 amostras de pacientes para o Laboratório de Saúde Pública da Bahia (LACEN). As amostras coletadas compreenderam escarro e líquido pleural. O diagnóstico laboratorial foi realizado através da baciloscopia, isolamento do micro-organismo nos meios Löwenstein-Jensen e Ogawa–Kudoh e o teste de susceptibilidade aos antimicrobianos pelo método das proporções. Das amostras analisadas, 38 (14.5%) foram positivas, destas, apenas 1 apresentou resultado negativo na baciloscopia. Dos pacientes positivos, 20 são homens (52.6%) e 18 mulheres (47.4%), com idade variando entre 19 e 82 anos. Quanto ao perfil de susceptibilidade às drogas antimicrobianas, 100% dos isolados apresentaram sensibilidade ao etambutol, 94.7% à estreptomicina e rifampicina, e 92.1% à isoniazida. A resistência foi observada em isolados de 4 pacientes: sendo, 1 resistente à estreptomicina e isoniazida, 2 à rifampicina e isoniazida, e 1 somente à estreptomicina. O isolamento do agente etiológico é de extrema importância epidemiológica e terapêutica, onde a avaliação da susceptibilidade às drogas de primeira escolha (isoniazida, etambutol, estreptomicina e rifampicina) é fundamental para instituir o tratamento adequado e prevenir a disseminação de cepas resistentes