27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1690-1


Poster (Painel)
1690-1CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE Staphylococcus spp. ISOLADAS A PARTIR DE LEITE DE BÚFALAS COM MASTITE SUBCLÍNICA
Autores:Santos, D.C. (IMPG -UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes UFRJ) ; Lange, C.C. (EMBRAPA - EMBRAPA Gado de Leite) ; Coimbra-e-Souza, V. (IMPG -UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes UFRJ) ; Brito, M.A.V.P. (EMBRAPA - EMBRAPA Gado de Leite) ; dos Santos, K.R.N. (IMPG -UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes UFRJ) ; Giambiagi-deMarval, M. (IMPG -UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes UFRJ)

Resumo

Mastite é a inflamação da glândula mamária, principal doença do gado leiteiro que gera prejuízos econômicos. A etiologia da mastite é complexa e multivariada, o que torna necessária a identificação dos microrganismos. Os Staphylococcus coagulase negativos são considerados patógenos emergentes e responsáveis por infecções clínicas e subclínicas. A espécie mais comumente relatada nesses casos é S. chromogenes. O objetivo deste estudo é caracterizar cepas de Staphylococcus spp. que apresentaram resultados conflitantes no teste de coagulase em tubo isoladas a partir do leite de búfalas com mastite subclínica de rebanhos do Estado de Minas Gerais. Inicialmente, 58 cepas foram classificadas como coagulase-positivas, no entanto a análise pelo sequenciamento do gene RNA ribossômico 16S revelou se tratar de S. chromogenes. O perfil de coagulação foi reanalisado através do teste de coagulase em tubo feito em triplicata, sendo que 12,1 % (n=7) das amostras foram negativas, 18,9 % (n=11) apresentaram resultados discrepantes e 69% (n=40) foram positivas nas 3 avaliações, reafirmando a existência de resultados conflitantes. A presença do gene coa foi analisada através da técnica de PCR e nenhuma amostra foi positiva. No teste de aglutinação em látex para detecção do fator clumping foi visto que 34,5% (n=20) foram positivas. Na avaliação do perfil de sensibilidade foram utilizados 15 antimicrobianos, sendo observada resistência à ampicilina (n=3), mupirocina (n=2), tetraciclina, (n=2), penicilina (n=2), oxacilina (n=1), gentamicina, (n=1), cefoxitina (n=1) e clindamicina (n=1). Todas as amostras foram avaliadas quanto a presença do gene mec A, sendo que nenhuma amplificou tal gene. Utilizando a técnica de PCR-RFLP do gene groEL, foi realizada uma nova identificação, obtendo-se os seguintes resultados: S. chromogenes (n=30); S. caprae (n=21); S. aureus (n=2); S. haemolyticus (n=1); sem identificação (n=4). Uma vez que os resultados entre as duas técnicas de identificação foram diferentes, as cepas serão analisadas através do sequenciamento do gene tuf. A diversidade genética está sendo avaliada por eletroforese em campo pulsado (PFGE). Os dados obtidos neste estudo inferem que o teste de coagulase em tubo pode gerar resultados não fidedignos para identificação de amostras SCN de origem veterinária e que há necessidade do desenvolvimento de técnicas de identificação mais específicas.