27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1685-2


Poster (Painel)
1685-2Investigação da capacidade de formação de biofilme e de aglutinação de leveduras em linhagens de Klebsiella pneumoniae isoladas de infecções do trato urinário
Autores:Gomes, A.E.I (USF - Universidade São Francisco) ; Santos, T.E.P (USF - Universidade São Francisco) ; Bueno, C.A.C (USF - Universidade São Francisco) ; Jamelli, P.C (USF - Universidade São Francisco) ; Pereira, F.M (USF - Universidade São Francisco) ; Graziani, s (IPD - Instituto de Prevenção e Diagnóstico) ; Ferraz, L.F.C (USF - Universidade São Francisco)

Resumo

Klebsiella pneumoniae é um patógeno oportunista causador de infecções nos tratos respiratório, gastrointestinal e genitourinário. Linhagens com sorotipos capsulares K1 e K2 são as mais virulentas e estão associadas ao fenótipo de hipermucoviscosidade (HMV), que promove o surgimento de infecções invasivas, como abcessos hepáticos e endoftalmite. Outro importante fator de virulência é a expressão de fímbrias que em K. pneumoniae podem ser do tipo 1 ou 3. As fímbrias participam na adesão dos patógenos em superfícies bióticas e abióticas e na formação de biofilme, o que confere aos patógenos maior resistência aos antimicrobianos. Este estudo pretendeu identificar sorotipos capsulares K1 ou K2 e o fenótipo HMV em isolados clínicos de K. pneumoniae provenientes de infecções urinárias, e investigar a produção de fímbrias nestes isolados por meio de ensaios de formação de biofilme e aglutinação de leveduras. A identificação dos sorotipos foi realizada por PCR, com primers específicos para K1 ou K2. Linhagens K1/K2 positivas foram submetidas ao teste de HMV após cultivo em meio ágar-sangue. Os isolados foram investigados quanto à formação de biofilme, após diferentes períodos de incubação. A presença de fímbrias tipo 1 ou 3 foi aferida por meio do ensaio de aglutinação de leveduras na presença e ausência de manose. As fímbrias tipo 1 exibem aglutinação sensível à manose, enquanto que as fímbrias tipo 3 exibem aglutinação manose-resistente. Nenhum dos isolados clínicos analisados apresentou o fenótipo HMV, e somente uma linhagem apresentou o sorotipo capsular K2. Tanto a linhagem K2 quanto as não-K1/K2 foram capazes de aglutinar leveduras. Porém, a aglutinação pelas linhagens não-K1/K2 foi inibida na presença de manose, enquanto que a K2 apresentou aglutinação resistente à manose. Além disso, a linhagem K2 exibiu maior capacidade de formar biofilme quando comparada às não-K1/K2. A formação de biofilme e expressão de fímbrias tipo 1 e 3 representam importantes fatores de virulência em infecções do trato urinário por K. pneumoniae. Os resultados indicam que a formação de biofilme e a aglutinação de leveduras pela linhagem K2 parecem ser mediadas pelas fímbrias tipo 3. Também sugerem que a hipermucoviscosidade não é um fator de virulência essencial no estabelecimento de infecções urinárias por K. pneumoniae. Porém, a identificação de uma linhagem capsular K2 em infecções urinárias levanta a possibilidade do surgimento de infecções invasivas a partir do trato urinário. Apoio Financeiro: FAPESP e CAPES/PROSUP.