27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1685-1


Poster (Painel)
1685-1Condição de escassez de ferro induz a expressão de fímbrias tipo 1 e a formação de biofilme em Klebsiella pneumoniae
Autores:Bueno, C.A.C (USF - Universidade São Francisco) ; Pereira, F.M (USF - Universidade São Francisco) ; Gomes, A.E.I (USF - Universidade São Francisco) ; Godoi, T.L (USF - Universidade São Francisco) ; Santos, T.E.P (USF - Universidade São Francisco) ; Ferraz, L.F.C (USF - Universidade São Francisco)

Resumo

Em bactérias patogênicas o ferro desempenha um papel crucial na regulação da expressão de inúmeros genes de virulência, como aqueles que codificam fímbrias, cápsulas, toxinas e formação de biofilme. Klebsiella pneumoniae é um patógeno oportunista que causa uma variedade de infecções, tais como pneumonia e meningite. Apesar de sua importância clínica, ainda é bastante limitado o conhecimento acerca da patogenicidade de K. pneumoniae. Um dos principais fatores de virulência de K. pneumoniae é a expressão de fímbrias adesivas do tipo 1 ou do tipo 3. O objetivo deste trabalho foi analisar a formação de biofilme e a expressão de fímbrias tipo 1 em K. pneumoniae mantida em condições repleta e de escassez de ferro. Para as análises foram utilizadas células de K. pneumoniae cultivadas a 37oC por 24, 72 e 96 horas em meio LB simples (controle), LB contendo ferro ou LB contendo um quelante de ferro, em condições estáticas (LB sólido) ou sob agitação (LB líquido). O ensaio de formação de biofilme foi realizado em microplacas de 96 poços após 5 e 15 horas de incubação. A expressão de fímbrias tipo 1 foi avaliada por meio do ensaio de aglutinação de leveduras na presença e ausência de manose. Os resultados mostram que não há diferença na formação de biofilme em células mantidas em condições estática e repleta de ferro, quando comparadas ao cultivo na condição controle. Por outro lado, nas condições repleta de ferro e sob agitação, a formação de biofilme foi superior somente em células mantidas por um período de 96 horas de incubação. Na condição de escassez de ferro, uma maior formação de biofilme foi notada somente quando as células foram mantidas por 96 horas sob condição estática. No entanto, células mantidas em escassez de ferro sob agitação apresentaram maior formação de biofilme em todos os períodos de incubação. Além disso, as células de K. pneumoniae mantidas em condição de escassez de ferro apresentaram maior capacidade de aglutinação de leveduras, seja em situação estática ou sob agitação. Esta aglutinação foi abolida quando na presença de manose, o que parece indicar uma maior expressão de fímbrias tipo 1 em K. pneumoniae mantida em condição de escassez de ferro. Os resultados obtidos mostram que em Klebsiella pneumoniae a expressão de fatores de virulência como a formação de biofilme e a expressão de fimbrias tipo 1 é modulada pela disponibilidade de ferro no meio e pelo tempo de incubação e condições do cultivo, se estático ou sob agitação. Apoio Financeiro: FAPESP e CAPES/PROSUP